Membro da FIFA acredita que Qatar vai perder organização do Mundial de 2022
Alemão Theo Zwanziger falou em nome pessoal para alertar para os riscos do calor no país.
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O dirigente justificou ainda que os próprios médicos disseram que não podiam garantir segurança num Mundial que se dispute debaixo dessas condições e que não interessa as técnicas usadas para refrescar os estádios.
"O Mundial não diz respeito apenas aos estádios. Existem os adeptos que chegam dos quatro cantos do mundo e que serão sujeitos a esse calor", sustentou.
Theo Zwanziger, que falou em nome pessoal, advertiu que um primeiro incidente, numa situação que coloque alguém em risco de vida, obrigará a um inquérito, e isso é uma situação com a qual o Comité Executivo não gostaria de se confrontar.
A possibilidade de um Mundial organizado no inverno no Qatar está ainda longe de colher a unanimidade, devido ao constrangimento que tal provocaria nos calendários dos campeonatos na Europa.
O Qatar tem sido igualmente alvo de muitas críticas por parte de organizações de defesa de direitos humanos, que têm denunciado abusos e más condições de trabalho dos estrangeiros empregados para a construção dos estádios no emirado.
Além disso, o país também enfrenta suspeitas de corrupção no processo de atribuição do Mundial, com o jornal Sunday Times a assegurar em Junho estar na posse de correspondência e outros documentos que atestam pagamentos feitos por Bin Hammam, dirigente do Qatar e ex-representante na FIFA.
A comissão de ética da FIFA deverá anunciar no início de 2015 os resultados de um inquérito à atribuição dos Mundiais 2018 à Rússia e 2022 ao Qatar.