Paulo Macedo: "Temos trabalhado para tirar os hospitais da falência"

"O país está mais equilibrado", diz o ministro da Saúde, salientando que as taxas moderadoras representam apenas 2% do orçamento do SNS.

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Paulo Macedo Enric Vives-Rubio

Paulo Macedo falava na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, à margem da cerimónia de comemoração dos 35 anos do SNS. O ministro começou por dizer que a estratégia passou sempre por "manter o SNS financiado através de impostos". "Podíamos ter optado por outras fontes de financiamento, como as taxas moderadoras ou outro tipo de receitas", explicou.

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Paulo Macedo falava na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, à margem da cerimónia de comemoração dos 35 anos do SNS. O ministro começou por dizer que a estratégia passou sempre por "manter o SNS financiado através de impostos". "Podíamos ter optado por outras fontes de financiamento, como as taxas moderadoras ou outro tipo de receitas", explicou.

Ainda sobre as taxas moderadoras, Macedo ressalvou que representam apenas 2% das receitas, pelo que a sustentabilidade depende antes da "sustentabilidade económica do país e também da própria sustentabilidade das instituições do SNS" - o que tem levado a tutela a centrar-se em "tirar os hospitais da falência técnica".

"Temos hoje finanças públicas mais sustentáveis, unidades de saúde mais sustentáveis", garantiu Macedo, recordando que a dívida dos hospitais caiu de mais de 800 milhões de euros em 2010 para cerca de 150 milhões. "O país está mais equilibrado, mas ainda estamos longe de uma situação de acalmia", acrescentou.

Ainda sobre as taxas moderadoras, defendeu que o aumento feito até agora não representará mais do que dez cêntimos por cada português, mas comprometeu-se a reduzi-las num cenário de deflação.

Num comentário à entrevista de António Arnaut no PÚBLICO, em que o "pai" do SNS se manifesta preocupado com a transferência de despesas para os privados, Paulo Macedo salientou que em 2013 já houve uma ligeira redução da despesa em saúde suportada directamente pelas famílias e defendeu que, "nos anos mais recentes, uma das razões para a despesa das famílias ter subido é porque baixou o valor que as famílias podiam deduzir nos impostos com a saúde".