CDS vai deixar de ter vereador com pelouros na Câmara do Porto

Conselheiro nacional do partido pediu a convocação urgente de um plenário concelhio para debater a crise que se abriu entre Rui Moreira e Sampaio Pimentel.

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Rui Moreira protagonizou com Menezes o único momento mais tenso da noite Rui Farinha

Por outro lado, o presidente do executivo não queria decidir a retirada dos pelouros da Fiscalização e da Protecção Civil a Sampaio Pimentel - um acto da sua exclusiva responsabilidade - sem primeiro ter uma reunião com o presidente da comissão política concelhia do CDS-Porto, Pedro Moutinho.

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Por outro lado, o presidente do executivo não queria decidir a retirada dos pelouros da Fiscalização e da Protecção Civil a Sampaio Pimentel - um acto da sua exclusiva responsabilidade - sem primeiro ter uma reunião com o presidente da comissão política concelhia do CDS-Porto, Pedro Moutinho.

Ao que o PÚBLICO apurou, os dois encontraram-se ao fim do dia para falarem sobre a crise que se abriu na maioria com o único vereador do CDS, partido que apoiou por unanimidade a candidatura do independente Rui Moreira à Câmara do Porto.

Sobre o que se passou na reunião entre o independente Rui Moreira e Pedro Moutinho nada se sabe, mas fonte oficial da Câmara do Porto garantiu que o presidente irá assinar a retirada dos pelouros na segunda-feira, dando depois conhecimento da sua decisão aos serviços de recursos humanos da câmara.

A partir deste acto administrativo do presidente, Manuel Sampaio Pimentel, número dois da lista de Moreira, deixa de ter vencimento pago pela autarquia e passa à condição e vereador sem pelouro, passando a ter acesso às senhas de presença como acontece com os restantes vereadores que não têm competências atribuídas.

A um ano das eleições legislativas, o CDS não pretenderá romper a aliança que fez com o independente Rui Moreira. E segundo fontes contactadas pelo PÚBLICO, “o CDS do Governo não pretenderá que os estilhaços desta crise belisquem as relações com o presidente da Câmara do Porto, o mesmo acontecendo com o PSD”.

Preocupado com o que se está a passar na Câmara do Porto e perante o “silêncio ensurdecedor”  do partido, Carlos Graça, militante e conselheiro nacional do CDS, pediu nesta sexta-feira a convocação com urgência de um plenário concelhio para discutir a crise e tomar uma posição. “Fomos todos apanhados de surpresa e temos que tomar uma posição sobre o caso”, disse ao PÚBLICO um outro dirigente do CDS.

Manuel Sampaio Pimentel, tal como o presidente, continua em silêncio sobre o diferendo que cavou uma profunda divisão entre os dois. O vereador centrista só deve tomar uma posição depois de oficialmente ser informado da decisão do presidente, o que deverá acontecer no início da próxima semana.

Na primeira reunião após as férias do Verão, marcada para o dia 9 de Setembro, Sampaio Pimentel passará a ter o mesmo estatuto que os vereadores da oposição, mas isso não significa que o autarca passe a votar contra as propostas do executivo, que decorrem muitas delas do programa eleitoral que ajudou a escrever e que foi sufragado pelos portuenses.