A nossa prerrogativa

Eu pertenço à minoria que defende a liberdade de expressão, seja ela violenta, racista ou repugnante.

Eu pertenço à minoria que defende a liberdade de expressão, seja ela violenta, racista ou repugnante. Tenho a sorte de viver num país onde os abusos dela são decididos em tribunais incorruptos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Eu pertenço à minoria que defende a liberdade de expressão, seja ela violenta, racista ou repugnante. Tenho a sorte de viver num país onde os abusos dela são decididos em tribunais incorruptos.

É por defender essa liberdade que sou livre de não respeitar as opiniões de que não gosto. Podem parecer-me mal pensadas, mal expressas ou simplesmente más. Mas fingir que respeito todas as opiniões bem pensadas, bem expressas ou simplesmente boas também é mentira. A subjectividade é sempre a única razão que não falta à verdade. Não respeito as opiniões de que não gosto e acho que, sendo assim, sou como toda a gente.

É banal respeitar e gostar de opiniões completamente diferentes das nossas. Não se ganha nenhuma medalha de tolerância por respeitar igualmente as opiniões de Noam Chomsky, Perry Anderson, Slavoj Zizek, Terry Eagleton (à esquerda), como as de David Graeber (anarquista) ou Roger Scruton (conservador).

Quanto mais opiniões, melhor. Mas essa é apenas a minha opinião. Se calhar é descabida, estúpida, preguiçosa e nociva. Mas não é isso que eu acho nem posso fingir que seja. É a minha opinião. Pertence-me. Amanhã posso mudá-la. É a minha prerrogativa. E a sua. E a de todos, na nossa minoritária maneira de ver as coisas, caso assim as vejamos – o que duvido.