Eólicas espanholas renunciam à construção de quase 1000 MW devido a nova lei

No ano passado, foram instalados apenas 177 MW eólicos no país.

Foto
Falta de rentabilidade foi a justificação apresentada para a decisão Paulo Pimenta

Segundo um comunicado da Associação Empresarial Eólica (AEE) espanhola, no ano passado foram instalados apenas 177 MW eólicos em Espanha, sendo que algumas unidades conseguiram contornar a moratória renovável vigente desde Janeiro de 2012 porque estavam inscritas no pré-registo que dava direito a receber ajudas antes de a nova lei ser aprovada.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo um comunicado da Associação Empresarial Eólica (AEE) espanhola, no ano passado foram instalados apenas 177 MW eólicos em Espanha, sendo que algumas unidades conseguiram contornar a moratória renovável vigente desde Janeiro de 2012 porque estavam inscritas no pré-registo que dava direito a receber ajudas antes de a nova lei ser aprovada.

Nem todas as unidades inscritas no pré-registo no momento em que foi aprovada a moratória acabaram por concluir a instalação.

Os titulares de um total de 928 MW renunciaram de forma explícita a desenvolver esta potência devido a uma nova reforma energética, "porque os projectos não alcançam uma rentabilidade razoável com o novo sistema retributivo e gera-se insegurança jurídica que trava novos investimentos", segundo o director de políticas energéticas da AEE, Heikki Willstedt.

O pré-registo dava direito a receber os pagamentos previstos no Decreto Real 661/2007, legislação que foi substituída pela reforma energética aprovada em Julho de 2013, ou seja, a um "retorno razoável", tendo em conta o tempo de vida do parque eólico.

De acordo com os cálculos do Ministério da Indústria espanhol, a mudança de política vai reduzir a remuneração anual do sector eólico em 608 milhões de euros por ano.

Isto significa que a "reforma energética promulgada pelo governo retirou os direitos adquiridos pelas instalações existentes e veio impor um novo sistema de remuneração", segundo Willstedt.