Media Capital nega estar à venda e melhora resultados

Foto
Conselho de Redacção da TVI irá discutir queixa de jornalista sobre alegada censura de Judite Sousa Helder Olino

Entretanto, fonte da Media Capital afirmou ao PÚBLICO que as notícias de que a Prisa está interessada em vender o grupo português são “pura especulação” e “rumores” sem fundamento.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Entretanto, fonte da Media Capital afirmou ao PÚBLICO que as notícias de que a Prisa está interessada em vender o grupo português são “pura especulação” e “rumores” sem fundamento.

Sobre os resultados comunicados esta tarde pela Media Capital à CMVM, Pedro Mendes, responsável pelas relações com investidores, disse ao PÚBLICO que os proveitos beneficiaram muito da melhoria do mercado publicitário: os 56,6 milhões de euros facturados em publicidade representaram um crescimento de 17% face ao período homólogo. Os números mostram também um ganho de quota de mercado pela Media Capital, uma vez que o mercado terá crescido 14%. Só no segundo trimestre, o grupo facturou mais 26% do que no período homólogo do ano passado.

Apesar destes francos progressos na publicidade na primeira metade do ano, Pedro Mendes prevê que o mercado abrande o ritmo de crescimento nos segundos seis meses. Mas diz acreditar que o pior da crise, em que se chegou a mínimos históricos do peso da publicidade no PIB, já passou.

De acordo com a informação enviada à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Media Capital registou um total de rendimentos operacionais consolidados de  89 milhões de euros, o que representou uma subida homóloga de 2%, sobretudo devido à subida da facturação publicitária. O EBITDA melhorou 9%, para os 18,1 milhões de euros, com uma margem de 20,4%.

A televisão continua a representar a fatia de leão nos proveitos. Apesar de manter a liderança nas audiências e de ter aumentado a facturação publicitária, a verdade é que os gastos operacionais também cresceram. O resultado operacional de 13,6 milhões acabou por ser 8% inferior ao que registara no ano passado (14,7 milhões).

Embora com uma expressão muito inferior, o desempenho do sector da rádio foi bastante positivo: os rendimentos operacionais subiram 10% (para 7,8 milhões de euros) e os resultados operacionais cresceram 45% para 1,2 milhões de euros.

Na área da produção audiovisual, que foi alvo de uma reestruturação durante o último ano e meio e ainda teve custos de indemnização associados, as despesas foram comprimidas em 9%, para 20 milhões de euros, e os rendimentos subiram 4% para os 20,2 milhões.

As áreas do digital, música e eventos tiveram também maus resultados, com um resultados operacional a cair 69% para 293 mil euros.

Quanto à dívida financeira, esta subiu 2% de 110,8 milhões de euros em Dezembro para 113 milhões em Junho, ao passo que a dívida líquida se situa nos 111 milhões de euros. Porque, explica Pedro Mendes, o grupo pagou dividendos de 9,8 milhões de euros já este ano. O responsável pelas relações com os investidores salienta, no entanto, que a dívida do grupo terá custos mais baixos na segunda metade do ano porque a Media Capital está a em processo de refinanciamento. Para isso, lançou um empréstimo obrigacionista de 75 milhões de euros com maturidade de cinco anos.