Estudantes da UTAD geram “impacto gigantesco na economia local”

A presença de uma universidade no interior do país revela-se fundamental para a região.

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Nelson Garrido

Os alunos inquiridos revelaram gastar, em média, 344 euros por mês em despesas habituais, tendo sido feita “uma estimativa um pouco por baixo”. “O impacto real é significativamente maior porque os estudantes referiram-se aos seus gastos habituais e não aos gastos extraordinários como a aquisição de material um pouco mais caro”, revela Daniel Gonçalves. 

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Os alunos inquiridos revelaram gastar, em média, 344 euros por mês em despesas habituais, tendo sido feita “uma estimativa um pouco por baixo”. “O impacto real é significativamente maior porque os estudantes referiram-se aos seus gastos habituais e não aos gastos extraordinários como a aquisição de material um pouco mais caro”, revela Daniel Gonçalves. 

Numa semana em que se sabe que, pelo terceiro ano consecutivo, haverá uma diminuição do número de alunos no ensino superior, Francisco Diniz, orientador desta investigação, lembrou que “a diminuição de vagas no ensino superior tem consequências mais danosas no interior, onde a Universidade assume um peso económico muito mais relevante, como é o caso da UTAD”. Daniel Gonçalves acrescenta que “qualquer política que condicione o número de estudantes da UTAD deve ser vista face as estes valores pois eles são fundamentais para a economia” da região.

A maioria dos estudantes inquiridos (78%) é natural do exterior do concelho de Vila Real, representando os originários do concelho 22%. A UTAD é, assim, responsável, por “atrair uma população extra significativa”, sendo este índice de captação de pessoas externas ao concelho, que durante pelo menos um ciclo de estudos se fixam em Vila Real, “uma grande mais-valia para a região”, salienta Daniel Gonçalves.

Assim, a UTAD é a responsável pela fixação - mesmo que temporal - de uma média de 2664 estudantes em Vila Real por ano. Sendo estes alunos “uma forte componente geradora de negócio e de dinâmicas económicas”, Francisco Diniz considera que este estudo poderá ser “um tocar da campainha para dizer que algo tem de ser feito”.

“A partir de agora, sabendo da importância destes valores, deveremos procurar seguir políticas de fixação mais perene no tempo destes jovens na região, uma vez que são essenciais para a dinamização e desenvolvimento económico e social do concelho de Vila Real e da região de Trás-os-Montes, com reflexos em todo o país” já que os desequilíbrios regionais condicionam a evolução de Portugal, adianta Daniel Gonçalves.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, frisou que este estudo confirma aquilo que tem vindo a ser a posição da autarquia: “a UTAD é Vila Real e Vila Real é a UTAD e, cada vez mais, será”.

“Nós temos tido uma grande aproximação da universidade, com a criação de incubadoras de empresas, por exemplo, porque tão ou mais importante do que manter a UTAD é manter os recém-licenciados no concelho de Vila Real e é nisso que estamos a trabalhar”, promete o autarca.