MP pede pena máxima para inspectora da PJ acusada de matar avó do marido

Procurador exige 25 anos de prisão e quer ainda que a Ana Saltão fique impedida de voltar a exercer funções na Judiciária.

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A arguida, acusada de homicídio qualificado e peculato, revelou "premeditação e frieza de ânimo" no alegado crime, afirmou o procurador Jorge Leitão, defendendo a aplicação da pena máxima de 25 anos à inspectora da PJ do Porto.

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A arguida, acusada de homicídio qualificado e peculato, revelou "premeditação e frieza de ânimo" no alegado crime, afirmou o procurador Jorge Leitão, defendendo a aplicação da pena máxima de 25 anos à inspectora da PJ do Porto.

O Ministério Público, no decorrer das alegações finais, pediu ainda que Ana Saltão fosse proibida de voltar a exercer a função de inspectora da PJ e que o pedido de indemnização cível, referente ao roubo da arma e munição da PJ, fosse declarado procedente.

O crime, que classifica de "hediondo", levou à morte de "uma idosa de 80 anos a viver sozinha", frisou Jorge Leitão, considerando que foram motivos económicos que levaram a que a arguida cometesse o crime.

Castanheira Neves, advogado em representação do filho da vítima, disse em tribunal que "a conclusão parece óbvia".

"Há uma quantidade esmagadora de provas indirectas" que ligam Ana Saltão ao crime, referiu.

O facto de o telemóvel da inspectora da PJ estar desligado durante a tarde em que ocorreu o crime, ter ido buscar a filha ao infantário mais tarde, usar o direito de não prestar declarações no primeiro interrogatório, a queimadura na mão ser "compatível" com disparos repetidos num momento de tensão, foram alguns dos factos apresentados pelo advogado.

A sessão de manhã das alegações finais terminou por volta das 13h30, retomando à tarde, com os argumentos da defesa.

A idosa, de 80 anos, foi atingida mortalmente com 14 tiros, numa residência da rua António José de Almeida, zona de Celas, em Coimbra, a 21 de Novembro de 2012.