Holanda-Argentina à lupa: Holanda com jogo lateral e Argentina a circular a bola entre defesas e médios
Equipa académica analisou como os jogadores interagiram no Holanda-Argentina.
Na rede de acções da equipa da Argentina é visível a elevada troca de bola entre os dois defesas centrais, Demichelis e Garay, e o médio Mascherano. Mascherano funcionou como médio de ligação entre os dois corredores, especificamente a E. Perez na esquerda, e a Zabaleta na direita que por sua vez ligava a Biglia. Nota-se o peso mais defensivo da Argentina, também pelas ligações fracas entre os elementos do meio campo, e do meio campo para os avançados Higuain, Messi e Lavezzi; O jogador mais dinamizador do ataque da Argentina foi E. Perez.
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Na rede de acções da equipa da Argentina é visível a elevada troca de bola entre os dois defesas centrais, Demichelis e Garay, e o médio Mascherano. Mascherano funcionou como médio de ligação entre os dois corredores, especificamente a E. Perez na esquerda, e a Zabaleta na direita que por sua vez ligava a Biglia. Nota-se o peso mais defensivo da Argentina, também pelas ligações fracas entre os elementos do meio campo, e do meio campo para os avançados Higuain, Messi e Lavezzi; O jogador mais dinamizador do ataque da Argentina foi E. Perez.
Provavelmente devido à pressão dos jogadores holandeses, Messi viu reduzida a sua capacidade para construir e ligar-se a Higuaín e Lavezzi. Todavia, foi o jogador que mais procurou acções individuais no sector de finalização, sendo quem mais rematou à baliza da equipa Argentina. A entrada dos jogadores Rodriguez aos 81’ e de Palacio no prolongamento, dinamizou o ataque, proporcionando à Argentina oportunidades para marcar golo (ver remates à baliza).
Na rede de acções da Holanda vemos muitas ligações entre os 3 defesas centrais e os laterais. De Jong foi o médio responsável pela ligação entre os sectores, mas as suas ligações mais fortes são para trás ou para o lado. Pode-se ver na rede a existência de muitas interações na linha defensiva e poucas ligações aos avançados, feitas essencialmente pelos laterais. Vlaar teve um papel importante ao ser o defesa central que mais cortes efetuou, impedindo a bola de chegar aos avançados argentinos. Na segunda parte, Robben ligou-se mais a Clasie e Sneijder, o que equilibrou a equipa e permitiu maior aproximação à área contrária, quer pela ligação dos defesas a médios (destaque para Janmaat e Kuyt) e destes para os avançados, quer pelas incursões de Robben na área argentina. Sneijder fez poucas ligações aos jogadores avançados e Van Persie esteve praticamente isolado na frente da equipa.
Através da análise da intensidade de passes, a Holanda esteve melhor a partir de meio da 2ª parte e prolongamento, muito pela acção de Robben e Clasie que realizaram muitas interacções com muitos jogadores diferentes.
A dinâmica de cada equipa ao longo do jogo pode ser captada em forma de rede. A rede é constituída por nós (jogadores posicionados aproximadamente como em campo) e ligações (setas) entre os nós. A análise da dinâmica da equipa implica que se incluam os jogadores substituídos (tempo de jogo à frente do nome), por isso mais de 11 jogadores podem fazer parte da rede. Do mesmo modo, jogadores que não tenham feito um mínimo de 3 passes podem não aparecer na rede e deste modo temos as ligações mais estáveis na dinâmica da equipa.
Projecto do Laboratório de Perícia no Desporto da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa em parceria com o Programa Doutoral em Ciências da Complexidade (ISCTE-IUL e FCUL).
Coordenador
Duarte Araújo (FMH-UL)
Equipa
Rui Lopes (ISCTE-IUL e IT-IUL)
João Paulo Ramos (ISCTE-IUL e FEFD-ULHT)
José Pedro Silva (FMH-UL)
Carlos Manuel Silva (FMH-UL)