Investimento das empresas deverá crescer 2,4% este ano

Recuperação deve-se, sobretudo, às empresas de transportes, às exportadoras da indústria transformadora e às actividades de saneamento e distribuição de água.

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O aumento da capacidade de produção é o principal objectivo dos investimentos Daniel Rocha

A variação resulta sobretudo de uma melhoria de expectativas nas empresas do chamado quarto escalão (empresas com 500 ou mais trabalhadores) e nas actividades de tratamento e distribuição de água, saneamento e gestão de resíduos, transportes e armazenagem e as empresas exportadoras da indústria transformadora.

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A variação resulta sobretudo de uma melhoria de expectativas nas empresas do chamado quarto escalão (empresas com 500 ou mais trabalhadores) e nas actividades de tratamento e distribuição de água, saneamento e gestão de resíduos, transportes e armazenagem e as empresas exportadoras da indústria transformadora.

Entre as empresas de tratamento, distribuição de água, saneamento e gestão de resíduos (segmento onde se prevê a recuperação mais expressiva), os resultados do inquérito apontam para um crescimento do investimento de 45% este ano; nas empresas de transportes e armazenagem, a variação é de 25,5%; e na indústria, as exportadoras deverão aumentar o investimento na ordem dos 4,8%.

Há, no entanto, outras áreas de actividade onde o investimento deverá continuar a diminuir, em alguns casos registando-se ainda quedas a pique, como acontece na construção e no alojamento e restauração (quedas próximas de 24%) e nas indústrias extractivas (um recuo de 10,9%).

O aumento da capacidade produtiva continua a ser o principal objectivo dos investimentos empresariais, embora seja agora menos referido pelas empresas inquiridas pelo INE. Isto enquanto a substituição e reestruturações ganharam peso relativo nas respostas dos empresários.

As fracas expectativas em relação às vendas foram o factor que mais limitou o investimento empresarial, mais do que a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos. Tanto em relação a 2013 como a 2014, a dificuldade na obtenção de crédito, o nível da taxa de juro e suportar e a capacidade de autofinanciamento passaram a ser ter um peso inferior ao que tinham até agora.

Apesar do crescimento previsto para o segmento das empresas exportadoras, a projecção para toda a indústria transformadora é negativa (uma queda de 1,5%). O investimento deverá cair de forma mais expressiva na produção de produtos minerais (-37,5%), na produção têxtil e vestuário (-16,1%) e nas actividades metalúrgicas (-10%). A produção de automóveis é um dos sectores que, pelo contrário, está a impulsionar a recuperação do investimento, esperando-se um crescimento de 31,2% este ano.