Petra Kvitova termina com jejum de três anos

Apesar de derrotada, Bouchard vai subir seis posições no ranking mundial e estreia-se no top 10.

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Kvitova não deu hipóteses a Bouchard Carl Court/AFP

“Não posso dizer que este é mais especial mas, três anos depois, estar aqui com o troféu outra vez, é espantoso. É o meu segundo título, por isso, espero que, agora, seja mais fácil para mim”, reconheceu emocionada Kvitova, após vencer a canadiana, por 6-3, 6-0 – a final de Wimbledon mais desequilibrada desde 1992, quando Steffi Graf derrotou Monica Seles, por 6-2, 6-1.

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“Não posso dizer que este é mais especial mas, três anos depois, estar aqui com o troféu outra vez, é espantoso. É o meu segundo título, por isso, espero que, agora, seja mais fácil para mim”, reconheceu emocionada Kvitova, após vencer a canadiana, por 6-3, 6-0 – a final de Wimbledon mais desequilibrada desde 1992, quando Steffi Graf derrotou Monica Seles, por 6-2, 6-1.

Embora não tenha defrontado uma jogadora entre as dez melhores, nem por isso Kvitova teve um percurso fácil. Na terceira ronda, esteve mesmo a dois pontos de ser eliminada por Venus Williams, antes de vencer o único encontro em três sets (5-7, 7-6 e 7-5). Teve igualmente de defrontar três compatriotas: “Mentalmente foi muito, muito difícil”. Ontem, Kvitova confessou que tinha “uma grande táctica” dada pelo treinador” e foi extremamente agressiva, não dando hipóteses para que a canadiana de 20 anos fizesse o seu jogo.

Na primeira final de um major entre jogadoras nascidas na década de 90, Bouchard só ganhou duas vezes o serviço. Só a 5-2 é que Bouchard teve a sua única oportunidade de quebrar a adversária, o que lhe permitiu manter-se no set, mas o serviço continuou sem fazer mossa e Kvitova fechou a partida. No segundo set, o domínio da checa foi ainda maior: Bouchard ganhou somente 10 pontos, sete dos quais no serviço.

Depois de Kvitova deixar-se cair na relva e celebrar a vitória na bancada com treinador e família, ambas ausentaram-se do court, enquanto o tecto era encerrado devido à chuva que começava a cair. Regressaram pouco depois para a entrega de prémios.

Primeiro, a finalista derrotada, Bouchard, recebida com uma prolongada ovação. “Foi muito duro para mim mas estou orgulhosa pela forma como joguei durante todo o torneio. Sinto que foi um degrau na direcção certa. Não sei se mereço todo o vosso amor mas certamente que o aprecio”, agradeceu a canadiana, que, nos três Grand Slams já realizados este ano, perdeu sempre com a campeã.

Dez anos depois de Sharapova surpreender o mundo do ténis, foi a vez de Bouchard revelar-se em Wimbledon, após meias-finais na Austrália e Roland Garros. A forte determinação e atitude (e o cabelo louro) desde há muito que a levaram a ser comparada com a russa e, ontem, essas características ficaram bem patentes quando Bouchard confessou que o seu título júnior, em 2012, é uma melhor recordação de Wimbledon, do que esta final. “Depois do encontro, estava na sala em que gravam o nome nos troféus, a vê-los trabalhar e a sonhar que um dia irão escrever o meu nome”, admitiu Bouchard, que já garantiu a entrada no top 10, onde vai surgir no sétimo lugar.

Para Kvitova, este foi o 12.º título da carreira – que lhe rendeu 2,2 milhões de euros –, onde sobressaem também um Masters WTA e duas vitórias na Fed Cup. Experiências importantes para poder lidar com o momento. “Foi um pouco como a Fed Cup. Podia sentir o público, o meu estômago estava aos saltos… Estava preocupada por poder não conseguir, mas consegui”, disse Kvitova, que vai subir uma posição no ranking, para o quinto lugar.

A checa é apenas a quarta jogadora nos últimos 25 anos com múltiplos títulos em Wimbledon, juntando-se a Steffi Graf, Venus e Serena Williams (todas com cinco vitórias cada). E o fim do jejum pode ser auspicioso para Kvitova, tendo em conta outros nomes que também esperaram três anos por um segundo título do Grand Slam, como Pete Sampras ou Serena Williams.