Juiz de instrução criminal não autorizou buscas domiciliárias a suspeitos do caso Maddie

Depois de interrogar quatro homens constituídos arguidos a pedido das autoridades britânicas, Judiciária está agora a ouvir testemunhas.

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No início de Junho a Scotland Yard utilizou meios sofisticados na procura de um eventual cadáver na zona da praia da Luz Filipe Farinha/Stills

Os quatro homens, entre os quais está Sergey Malinka, um russo que se naturalizou português, foram ouvidos na qualidade de arguidos, também por solicitação da polícia britânica. A Scotland Yard queria, porém, que também fossem levadas a cabo buscas nas respectivas casas – algo que o juiz de instrução criminal recusou, por entender que não existia fundamento para semelhante diligência.

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Os quatro homens, entre os quais está Sergey Malinka, um russo que se naturalizou português, foram ouvidos na qualidade de arguidos, também por solicitação da polícia britânica. A Scotland Yard queria, porém, que também fossem levadas a cabo buscas nas respectivas casas – algo que o juiz de instrução criminal recusou, por entender que não existia fundamento para semelhante diligência.

Depois deste interrogatório, foi a vez de, nesta quarta-feira, terem começado a ser ouvidas mais 11 pessoas, eventuais testemunhas dos factos ocorridos há sete anos. Pelo menos parte delas são familiares ou próximas dos suspeitos.

As testemunhas que a policia britânica pediu às autoridades portuguesas para questionar já tinham, na sua maioria, sido ouvidas pela PJ. No entanto, o processo que colocava os pais da criança na situação de arguidos, -  e que veio a ser mandado arquivar por falta de provas – reúne um vasto conjunto de informações que deixam campo aberto para outras abordagens e eventuais especulações.

A vinda da Scotland Yard à praia da Luz, para efectuar escavações e colocar cães pisteiros no rasto de eventuais odores de cadáveres, nos mesmo locais onde já tinham andado aquando do desaparecimento, criou a expectativa, sobretudo junto da imprensa estrangeira, de que, finalmente, se iria saber o que aconteceu a Maddie. Os jornalistas britânicos voaram, de novo, até ao Algarve, sugerindo nos seus trabalhos que a descoberta do cadáver poderia estar iminente. Abriram buracos e utilizaram meios técnicos sofisticadas num descampado à beira da praia, mas nada de novo veio a público.

Esta semana, em vez de assentar arraiais em Lagos, o circo mediático deslocou-se para as proximidades da directoria da PJ de Faro, onde estão a decorrer os interrogatórios. As questões são formuladas pelos ingleses, mas quem conduz as entrevistas é a Polícia Judiciária. A cooperação entre as duas polícias neste caso tem sido sempre realçada pelas autoridades portuguesas. De resto, os famosos cães super-polícias que, há sete anos, foram chamados a descobrir as pistas que conduziriam a um desfecho do caso, acabariam por mostrar que tinham bom olfacto. Detectaram odores de cadáver em vários locais, mas nunca se provou que se tratasse da menina desaparecida.

O informático Sergey Malinka, agora constituído arguido, foi uma das várias testemunhas interpeladas pela PJ em 2007, chegando mesmo a existir uma mandado de revista ao apartamento onde morava na praia da Luz.