Enfermeiros do Hospital de Santarém dizem-se "exaustos" e advertem para risco de ruptura

Em causa estão a carga horária e diminuição de funcionários.

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CDS preocupado com efeitos das 35 horas na Saúde Nuno Ferreira Santos

Advertindo que o bloqueamento à contratação de enfermeiros imposto pelos Ministérios da Saúde e das Finanças irá agravar no período de verão uma situação já insustentável, a direcção regional de Santarém do Sindicato dos Enfermeiros admite a adopção de medidas “mais radicais, nomeadamente a recusa do trabalho extraordinário se o problema for ignorado e mantido”.

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Advertindo que o bloqueamento à contratação de enfermeiros imposto pelos Ministérios da Saúde e das Finanças irá agravar no período de verão uma situação já insustentável, a direcção regional de Santarém do Sindicato dos Enfermeiros admite a adopção de medidas “mais radicais, nomeadamente a recusa do trabalho extraordinário se o problema for ignorado e mantido”.

Frisando que a imposição do horário semanal de 40 horas veio sobrecarregar os enfermeiros, o sindicato sublinha, em comunicado enviado à agência Lusa, os impactos que acrescem da necessidade de trabalho extraordinário, já que acabam por fazer “50 ou 60 horas semanais”.

“Os enfermeiros nunca estão realmente de folga, tal como a lei obriga. O não ter as pausas para recuperar física e psicologicamente, leva estes profissionais a um cansaço extremo. Os enfermeiros não têm vida familiar”, adverte.

O sindicato alerta que a “diminuição de enfermeiros e a exaustão” a que chegaram os profissionais “aumentam significativamente o risco de negligência e morte dos utentes”.

“Pelo exposto, os enfermeiros do Hospital de Santarém declinam qualquer responsabilidade no problema. Alertam, desde já, que tomarão outras medidas mais radicais, nomeadamente a recusa a trabalho extraordinário, se o problema for ignorado e mantido”, sublinha o comunicado.