Apuramento dramático e histórico para a Grécia

Fernando Santos é, para já, o único português nos oitavos-de-final, após triunfo grego sobre a Costa do Marfim por 2-1, com um penálti convertido em tempo de compensação.

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Samaris e Samaras, os marcadores dos golos da Grécia ARIS MESSINIS/AFP

Depois da derrota (3-0) com os colombianos e do empate (0-0) com os japoneses, o triunfo sobre os costa-marfinenses faz de Fernando Santos, para já, o único dos três treinadores portugueses do Mundial a seguir em frente, ele que já anunciou estar de saída do cargo após o Mundial. O português até tinha sido criticado na Grécia por ter tornado pública a sua decisão, mas, afinal, fez valer a consistência defensiva e o enorme coração da sua equipa para sobreviver ao maior poderio ofensivo da selecção africana, que entrou com todas as suas estrelas, incluindo Didier Drogba, que foi titular neste Mundial pela primeira vez.

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Depois da derrota (3-0) com os colombianos e do empate (0-0) com os japoneses, o triunfo sobre os costa-marfinenses faz de Fernando Santos, para já, o único dos três treinadores portugueses do Mundial a seguir em frente, ele que já anunciou estar de saída do cargo após o Mundial. O português até tinha sido criticado na Grécia por ter tornado pública a sua decisão, mas, afinal, fez valer a consistência defensiva e o enorme coração da sua equipa para sobreviver ao maior poderio ofensivo da selecção africana, que entrou com todas as suas estrelas, incluindo Didier Drogba, que foi titular neste Mundial pela primeira vez.

As coisas pareciam estar a correr mal aos gregos. Na primeira meia-hora, Fernando Santos foi obrigado a fazer duas substituições devido a lesão. Kone saiu aos 12’ e o guarda-redes Karnezis saiu aos 24’, substituídos, respectivamente, por Samaris e Glykos, mas a Grécia encontrou fortuna na desgraça. Depois de um remate à trave de Holebas e de uma grande defesa de Barry a um tiro de Karagounis, os gregos colocaram-se na frente aos 42’, com Samaris, que saltara do banco meia-hora antes, a concluir um rápido contra-ataque.

Era o primeiro golo grego neste Mundial e logo um que, em conjugação com o que se estava a passar no Colômbia-Japão, dava vantagem aos europeus. A Costa do Marfim lançou-se no ataque desesperado em busca do empate e, com a sua defesa desguarnecida, esteve perto de sofrer mais golos. Lazaros esteve perto do golo em várias ocasiões e Karagounis voltou a enviar uma bola à trave aos 68’. Mas a festa seguinte foi africana. Numa rara desatenção da defesa grega, uma combinação perfeita entre os avançados africanos termina num remate sem falhas de Bony, naquele que era o seu segundo golo no Mundial.

A Costa do Marfim estava apurada. Lamouchi, o técnico franco-tunisino da selecção africana, pensava estar a defender o resultado e foi refrescando a equipa, com várias substituições, também com o objectivo de perder tempo. Uma delas foi, de facto, decisiva, mas não como pensava. Enquanto Drogba estava a rezar fora das quatro linhas, Sio, um dos novos cometeu o pecado capital. Fez uma falta na sua área sobre Samaras já em tempo de compensação. O avançado do Celtic tinha o peso de um país nos seus ombros e não falhou. Um tiro potente e colocado colocou 23 jogadores gregos nos oitavos-de-final. E um treinador português também.

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