Crédito Agrícola bem posicionado para ficar com a operação do BBVA em Portugal

Jornal espanhol El Confidencial revela que a proposta da instituição portuguesa é a que mais agrada, entre quatro, à gestão do BBVA.

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A decisão de deixar Portugal foi tomada em Março pelo BBVA, confrontado com uma operação que resultou num prejuízo superior a 100 milhões de euros no ano passado. O banco, que tem sede em Bilbau, operava uma rede de 83 agências e tinha ao seu serviço 750 colaboradores.

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A decisão de deixar Portugal foi tomada em Março pelo BBVA, confrontado com uma operação que resultou num prejuízo superior a 100 milhões de euros no ano passado. O banco, que tem sede em Bilbau, operava uma rede de 83 agências e tinha ao seu serviço 750 colaboradores.

Na segunda-feira passada, adianta o jornal espanhol, o BBVA recebeu quatro propostas para se desfazer do activo português: a do Crédito Agrícola, as dos angolanos Banco Atlântico e BIC (que comprou a rede do BPN) e, ainda, do Santander Totta.

Mas, segundo o El Confidencial, a administração do banco espanhol estará mais inclinada a aceitar a proposta do Crédito Agrícola, uma cooperativa que agrupa mais de 80 pequenos bancos locais e que dispõe de uma rede de cerca de 700 agências.

A transacção da rede do BBVA para o Crédito Agrícola poderá implicar um pagamento de 500 milhões de euros, embora a avaliação com base nas contas de 2013 varie num intervalo fixado entre  207 e 381 milhões de euros.

No final de Abril, Licínio Lima tinha revelado que o Crédito Agrícola tinha a ambição de crescer em Portugal através de uma política de aquisições e, agora, surgiu a oportunidade, com a decisão do banco de Bilbau de deixar a operação portuguesa.

A operação portuguesa do BBVA tinha, no final do ano passado, activos no valor de 5471 milhões de euros, contra 5192 milhões de euros em passivos. Os recursos de clientes ascendiam a 11.500 milhões de euros.

Para além do BBVA, também o britânico Barclays, que tenta pôr ordem na casa, assumiu a intenção de abandonar Portugal, onde detém 150 balcões. O banco BIC, de capitais luso-angolanos e que é liderado por Mira Amaral, já deu conta do interesse em ficar com os activos do Barclays.