Arrasto de fundo pode ser 1700 vezes pior que linhas e anzóis
Cerca de 11% das capturas de pescado pela frota nacional são feitas por redes de arrasto.
Num artigo publicado este ano na revista Scientific Reports, cientistas do Departamento de Oceanografia e Pescas comparam as capturas colaterais de palangres nos Açores com dados sobre o impacto das redes de arrasto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Num artigo publicado este ano na revista Scientific Reports, cientistas do Departamento de Oceanografia e Pescas comparam as capturas colaterais de palangres nos Açores com dados sobre o impacto das redes de arrasto.
As principais vítimas são os corais de águas frias e esponjas, que acabam por ser ceifados pelo arrasto. O estudo conclui que, dependendo das espécies em causa, o arrasto tem um impacto 269 a 1719 vezes maior do que o das linhas dos palangres.
Em 2013, o arrasto correspondeu a 11% das toneladas do pescado capturado pela frota portuguesa. Aí estão incluídos tanto o arrasto de fundo, como o arrasto pelágico – em que a rede é puxada a meio da coluna da água, e não sobre o leito, e que por isso não tem o mesmo impacto.