Cavaco desafia os que vaticinaram segundo resgate a pronunciarem-se agora sobre "saída limpa"

Presidente recomenda leitura "integral" e não "truncada" do prefácio da sua autoria, publicado no Roteiros VIII.

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Nuno Ferreira Santos

"O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações perentórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate. O que dizem agora?", questionou Cavaco Silva.

O chefe de Estado lembra que o país está neste momento em período pré-eleitoral para as europeias, recusando por isso tecer mais comentários. "É apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reacção ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar, ao mesmo tempo que lhes recomendo a leitura integral – e não truncada – do prefácio que escrevi para Roteiros VIII, disponível na página oficial da Presidência da República na Internet".

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"O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações perentórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate. O que dizem agora?", questionou Cavaco Silva.

O chefe de Estado lembra que o país está neste momento em período pré-eleitoral para as europeias, recusando por isso tecer mais comentários. "É apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reacção ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar, ao mesmo tempo que lhes recomendo a leitura integral – e não truncada – do prefácio que escrevi para Roteiros VIII, disponível na página oficial da Presidência da República na Internet".

No prefácio publicado no início de Março, Cavaco escrevia que era momento de evitar "alaridos precipitados" e, simultaneamente, "acompanhar cuidadosamente a evolução dos mercados e da situação económica e financeira internacional e perscrutar o sentimento dos nossos parceiros europeus para, no momento adequado, tomar a melhor decisão quanto ao caminho a seguir: uma saída à irlandesa ou um programa cautelar".

Mas o Presidente nunca escondeu a sua preferência por uma saída apoiada pelas instituições europeias, chegando a referir que um programa cautelar significaria uma espécie de "rede de segurança" para o país. Também no prefácio voltou à ideia, ao defender que, "em termos gerais, para um país que conclua com sucesso um programa de assistência financeira, é possível que um programa cautelar seja preferível a uma saída dita ‘à irlandesa'".