A Guerra de 2014

Tudo é, pois, uma grande incógnita no advir da vida da LPFP e da convivência entre as sociedades desportivas que a integram.

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Tudo é, pois, uma grande incógnita no advir da vida da LPFP e da convivência entre as sociedades desportivas que a integram.

Por ora, enquanto se aguarda por novos combates jurídicos – e alguns não jurídicos – ouso propor alguns artigos para um futuro estatuto da LPFP que, relembre-se, é “apenas” a entidade que organiza as únicas competições desportivas profissionais em solo nacional (!!) e que também “só” exerce poderes públicos.

Todas as propostas – modestas, bem se vê - que adiantamos visam, naturalmente, prevenir a ocorrência de conflitos e assegurar o normal funcionamento dos órgãos da LPFP.

2. Proposta n.º1: Na falta de acordo quanto à competência para a convocação de uma assembleia geral, a decisão cabe ao ex-jogador da NBA Dennis Rodman.

3. Proposta n.º2: O local da realização de qualquer Assembleia Geral, se as portas da sede da LPFP se encontrarem fechadas e não sendo possível o recurso a uma bomba de gasolina, é uma qualquer loja da Pizza Hut.

4. Proposta n.º3: Registada turbulência na vivência da LPFP, compete a Vladimir Putin organizar um referendo.

5. Proposta n.º4: Nas assembleias gerais não é permitida a entrada ou posse de armas, sem prejuízo da legitimidade das ofensas verbais, onde o mais genuíno português é totalmente admissível.

6. Proposta n.º5: É expressamente proibida a participação do meu pai.

7. Proposta n.º6: É permitida a participação de José Alberto Castelo Branco da Silva Vieira, negociador de arte, apresentador de TV, cantor e figura pública do jet set português, embora sem direito a voto.

8. Proposta n.º7: No caso de não ser possível a realização das assembleias gerais, como previsto na proposta n.º 2, as mesmas terão lugar em Fátima ou na Mealhada, consoante o decidido por Dennis Rodman.

9. Pessoa amiga vivificou-me a memória de infância.

Para que o leitor tenha uma alternativa ao texto de hoje – de que me penitencio – as novas tecnologias permitem-lhe relembrar o enorme comediante português Raul Solnado na sua ida à Guerra de 1908: “ Tomei um táxi e fui para a Guerra. Cheguei à guerra eram sete horas da manhã. Estava a guerra ainda fechada. E estava uma mulherzinha a vender castanhas à porta da Guerra e eu perguntei-lhe: Minha Senhora, por favor, aqui é que é a Guerra de 1908? Não, é mais acima. Aqui é a Guerra de 1906”.

Professor de Direito do Desporto
josemeirim@gmail.com