Cartas à Directora

Os cortes na dignidade

Dois milhões de cidadãos vivem em Portugal numa situação de pobreza extrema, que vai do rendimento limiar zero, ao que os cálculos dos economistas sábios consideram ser o mínimo suficiente, que é de 409€. Esta estatística trata de números referentes ao ano de 2012, que segundo dados do INE a taxa de risco de pobreza em Portugal subiu para 18,7%, ou seja, em cada 5 portugueses 1 estava a viver miseravelmente. Como o desemprego e as falências se agravaram em 2013, a situação em que hoje muitos portugueses se encontram estará ainda muito pior. A frieza com que estes números são tratados pelos governantes, ultrapassa tudo o que se poderia imaginar de gente adulta e responsável. Talvez porque não convivem com as pessoas, pois deslocam-se sempre de carro com motorista, e nunca a pé, e olhando apenas os números, criaram um distanciamento da realidade e, desconhecendo-a, não tomam medidas, como primeira prioridade, para resolver o sofrimento de grande parte do povo. Pelo contrário, porque o “povo aguenta”, pois tem aguentado estoicamente todos os sacrifícios que lhe são impostos, as notícias são de que irão haver ainda mais cortes nos rendimentos das pessoas, especialmente nos reformados e nos funcionários públicos. Os caminhos que hoje estão a ser trilhados pela governação do país, arruínam as economias familiares, e criam um clima de insegurança e desconforto, que mata a esperança nos dias de amanhã.

Em vez de directivas para melhorar a implantação de empresas geradoras de riqueza com produtos transacionáveis, reduzindo-lhes de imediato a burocracia, certos impostos e o IRC numa percentagem significativa, e não dos míseros 2% de que se ufanam, os governantes voltam à carga com cortes nos rendimentos dos que não têm possibilidade de se defender.

Há milhentas famílias que se apoiam umas às outras, mas não o podem fazer eternamente. São filhos que voltaram para casa dos pais, desta vez com mulher e filhos e que agora todos vivem das reformas do velho casal. São velhos que foram retirados dos lares e são o único suporte do sustento de filhos e netos. E há milhares de lares onde as refeições que os subalimentam são fornecidas por organizações humanitárias e solidárias. E o rol de desgraças é infindável. Contudo, isto não entra no raio de visão e de compreensão dos nossos governantes, porque tendo entrado pelo caminho do ataque aos menos protegidos, perseguem uma via errónea de cortes nos contratos firmados, que fere a dignidade dos contratantes, ainda que o desrespeito seja apenas de uma das partes.

Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo

 

A quebra da natalidade

Eis mais um problema, grave dano colateral causado pelas terapêuticas de empobrecimento, com a condenação à miséria e à insignificância deste país outrora poderoso e rico.
Há agora um secretário de Estado e uma comissão designados para estudarem o problema e proporem medidas que façam crescer a população, sem o que o país está condenado a desaparecer.
Só que não bastará criar uns magros subsídios para premiar o nascimento de mais crianças e, como logo encarado pelo membro do governo, estimular a vinda maciça de novos emigrantes. De facto, como é que uma população tão carenciada encontrará meios suficientes para suportar mais encargos familiares?  E como é que novos imigrantes se disporão a vir para um país subdesenvolvido, de desempregados e sem políticas de crescimento?
Há 3 anos que o governo em funções se recusa a encarar efectivas medidas de expansão económica! Ora, tudo está ligado e este é o fulcro do problema.

António Catita, Lisboa

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Os cortes na dignidade

Dois milhões de cidadãos vivem em Portugal numa situação de pobreza extrema, que vai do rendimento limiar zero, ao que os cálculos dos economistas sábios consideram ser o mínimo suficiente, que é de 409€. Esta estatística trata de números referentes ao ano de 2012, que segundo dados do INE a taxa de risco de pobreza em Portugal subiu para 18,7%, ou seja, em cada 5 portugueses 1 estava a viver miseravelmente. Como o desemprego e as falências se agravaram em 2013, a situação em que hoje muitos portugueses se encontram estará ainda muito pior. A frieza com que estes números são tratados pelos governantes, ultrapassa tudo o que se poderia imaginar de gente adulta e responsável. Talvez porque não convivem com as pessoas, pois deslocam-se sempre de carro com motorista, e nunca a pé, e olhando apenas os números, criaram um distanciamento da realidade e, desconhecendo-a, não tomam medidas, como primeira prioridade, para resolver o sofrimento de grande parte do povo. Pelo contrário, porque o “povo aguenta”, pois tem aguentado estoicamente todos os sacrifícios que lhe são impostos, as notícias são de que irão haver ainda mais cortes nos rendimentos das pessoas, especialmente nos reformados e nos funcionários públicos. Os caminhos que hoje estão a ser trilhados pela governação do país, arruínam as economias familiares, e criam um clima de insegurança e desconforto, que mata a esperança nos dias de amanhã.

Em vez de directivas para melhorar a implantação de empresas geradoras de riqueza com produtos transacionáveis, reduzindo-lhes de imediato a burocracia, certos impostos e o IRC numa percentagem significativa, e não dos míseros 2% de que se ufanam, os governantes voltam à carga com cortes nos rendimentos dos que não têm possibilidade de se defender.

Há milhentas famílias que se apoiam umas às outras, mas não o podem fazer eternamente. São filhos que voltaram para casa dos pais, desta vez com mulher e filhos e que agora todos vivem das reformas do velho casal. São velhos que foram retirados dos lares e são o único suporte do sustento de filhos e netos. E há milhares de lares onde as refeições que os subalimentam são fornecidas por organizações humanitárias e solidárias. E o rol de desgraças é infindável. Contudo, isto não entra no raio de visão e de compreensão dos nossos governantes, porque tendo entrado pelo caminho do ataque aos menos protegidos, perseguem uma via errónea de cortes nos contratos firmados, que fere a dignidade dos contratantes, ainda que o desrespeito seja apenas de uma das partes.

Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo

 

A quebra da natalidade

Eis mais um problema, grave dano colateral causado pelas terapêuticas de empobrecimento, com a condenação à miséria e à insignificância deste país outrora poderoso e rico.
Há agora um secretário de Estado e uma comissão designados para estudarem o problema e proporem medidas que façam crescer a população, sem o que o país está condenado a desaparecer.
Só que não bastará criar uns magros subsídios para premiar o nascimento de mais crianças e, como logo encarado pelo membro do governo, estimular a vinda maciça de novos emigrantes. De facto, como é que uma população tão carenciada encontrará meios suficientes para suportar mais encargos familiares?  E como é que novos imigrantes se disporão a vir para um país subdesenvolvido, de desempregados e sem políticas de crescimento?
Há 3 anos que o governo em funções se recusa a encarar efectivas medidas de expansão económica! Ora, tudo está ligado e este é o fulcro do problema.

António Catita, Lisboa