Risco de pobreza

São quase dois milhões os portugueses que vivem com um rendimento abaixo dos 409 euros, a linha de pobreza. O risco de pobreza atinge18,7% dos Portugueses, em 2012 (INE). Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 46,9% da população estaria em risco de pobreza. Após as pensões de reforma e sobrevivência, o risco de pobreza reduz-se para 25,6% e após o contributo das transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, o risco cai para os 18,7%. Sem Estado Social seria aterrador! Não seria uma fatalidade, no contexto de emergência, como lamenta o Governo. É fruto dos erros da austeridade reforçada, da desvalorização do trabalho, dos cortes das pensões, da destruição desigual dos benefícios sociais, da negação de oportunidades. Mas as estatísticas escondem uma realidade mais dura. Por efeito da austeridade, o PIB per capita baixa e em consequência o limiar de pobreza (60 por cento do rendimento mediano) também baixa, agravando a insuficiência de recursos da população. Adicionar à intensidade da pobreza a quebra de investimento público e privado, reduz o PIB potencial e, a longo prazo, aumenta a pobreza. Fica a interrogação, como é que uma sociedade pode prosperar e ser feliz se uma boa parte dos cidadãos for pobre e desprezada?

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São quase dois milhões os portugueses que vivem com um rendimento abaixo dos 409 euros, a linha de pobreza. O risco de pobreza atinge18,7% dos Portugueses, em 2012 (INE). Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 46,9% da população estaria em risco de pobreza. Após as pensões de reforma e sobrevivência, o risco de pobreza reduz-se para 25,6% e após o contributo das transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, o risco cai para os 18,7%. Sem Estado Social seria aterrador! Não seria uma fatalidade, no contexto de emergência, como lamenta o Governo. É fruto dos erros da austeridade reforçada, da desvalorização do trabalho, dos cortes das pensões, da destruição desigual dos benefícios sociais, da negação de oportunidades. Mas as estatísticas escondem uma realidade mais dura. Por efeito da austeridade, o PIB per capita baixa e em consequência o limiar de pobreza (60 por cento do rendimento mediano) também baixa, agravando a insuficiência de recursos da população. Adicionar à intensidade da pobreza a quebra de investimento público e privado, reduz o PIB potencial e, a longo prazo, aumenta a pobreza. Fica a interrogação, como é que uma sociedade pode prosperar e ser feliz se uma boa parte dos cidadãos for pobre e desprezada?

Economista