Fecho do Mt.Gox acentua preocupação com regulação das bitcoins

Preços mantêm-se estáveis após encerramento de um dos maiores sites de compra e venda.

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Uma moeda de metal a representar uma bitcoin Jim Urquhart/Reuters

Alguns países, entre os quais o Japão e os EUA, têm avaliado a possibilidade de regular o funcionamento da moeda virtual <i>bitcoin</i>. As preocupações das autoridades em relação à moeda agudizaram-se agora, com o encerramento inesperado do site Mt.Gox, um dos maiores e mais antigos para compra e venda de <i>bitcoin</i>, que levou ao desaparecimento do equivalente a 255 milhões de euros, ao preço daquele dia.

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Alguns países, entre os quais o Japão e os EUA, têm avaliado a possibilidade de regular o funcionamento da moeda virtual <i>bitcoin</i>. As preocupações das autoridades em relação à moeda agudizaram-se agora, com o encerramento inesperado do site Mt.Gox, um dos maiores e mais antigos para compra e venda de <i>bitcoin</i>, que levou ao desaparecimento do equivalente a 255 milhões de euros, ao preço daquele dia.

No Japão, onde o Mt.Gox tem sede, o Ministério das Finanças, bem como o regulador de mercados financeiros e a polícia, estão a analisar o caso. Um porta-voz do Governo afirmou na quarta-feira que ainda se encontravam em fase de recolha de informação.

O Mt.Gox encerrou na segunda-feira sem um motivo claro, depois de semanas de ciberataques e de as contas dos utilizadores estarem congeladas desde 7 de Fevereiro. No site, o serviço justificou o fecho com os “últimos acontecimentos” e as “potenciais repercussões nas operações do Mt.Gox e do mercado”. Os utilizadores ficaram sem acesso aos fundos que tinham.

O site já estava sob investigação das autoridades americanas pelo menos desde o ano passado. Em Maio, o Departamento de Segurança Interna dos EUA já tinha apreendido fundos de uma subsidiária americana do Mt.Gox, por esta não estar autorizada a prestar serviços financeiros.

As bitcoins, que não são emitidas por uma autoridade central – contrariamente às divisas convencionais –, têm sido alvo de preocupação das autoridades de vários países. Os bancos centrais da China e de França, por exemplo, já tinham emitido avisos em que alertavam o público para a grande volatilidade da moeda e também para o facto de esta ser usada em operações ilegais. As bitcoins, que são aceites como forma de pagamento por alguns serviços legais, também têm servido para transacções em sites de venda de drogas e armas e em operações de lavagem de dinheiro.

A moeda, que existe há cinco anos, ganhou popularidade na sequência da crise no Chipre. Foi então noticiado que, com a perda de confiança no sistema bancário, algumas pessoas estariam a trocar dinheiro por bitcoins. Isto levou a um fenómeno em que os media deram grande atenção à moeda, fazendo-a assim chegar ao conhecimento de mais utilizadores, o que por sua vez levou a mais actividades relacionadas com as bitcoins e a mais atenção mediática.

As bitcoins são geradas automaticamente numa rede de computadores a que qualquer pessoa se pode ligar, bastando para isso instalar o software apropriado. Este software cria a uma espécie de problemas matemáticos que têm de ser resolvidos pelos computadores. O mais rápido, recebe uma recompensa em bitcoins. O conceito é que quem usar mais recursos de computação consegue obter mais bitcoins, num processo normalmente comparado ao de explorar um metal precioso numa mina.

O fecho do Mt.Gox parece não ter afectado a procura pela moeda, segundo a informação do site Winkdex, criado pelos gémeos Winklevoss (os dois irmãos que processaram Mark Zuckerberg pela criação do Facebook e que dizem ter investido milhões em bitcoins). O Winkdex calcula um preço médio das bitcoins com base nas cotações dos sites mais populares de compra e venda e o valor tem estado estável desde o início da semana. Nesta quinta-feira, ronda os 423 euros.