Concessionários da Caparica querem reduzir número de nadadores-salvadores

Proprietários dos apoios de praia propõem reduzir de 12 para dois o número de nadadores-salvadores. Capitania do Porto de Lisboa vai analisar a proposta.

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Federação de Nadadores-Salvadores defende que deve ser o Estado a assegurar o pagamento dos profissionais Paulo Pimenta

"Apresentámos ao capitão do Porto de Lisboa uma proposta para uma redução de 12 para dois nadadores-salvadores, de forma a reduzirmos custos, dado que também não deverá haver grande afluência àquelas praias devido à falta de areia", disse à Lusa Acácio Bernardo, presidente da associação, após uma reunião nesta terça-feira de manhã com o capitão do porto de Lisboa.

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"Apresentámos ao capitão do Porto de Lisboa uma proposta para uma redução de 12 para dois nadadores-salvadores, de forma a reduzirmos custos, dado que também não deverá haver grande afluência àquelas praias devido à falta de areia", disse à Lusa Acácio Bernardo, presidente da associação, após uma reunião nesta terça-feira de manhã com o capitão do porto de Lisboa.

"Na reunião que tivemos com o comandante Coelho Cândido, propusemos que a segurança das praias fosse garantida através de dois nadadores-salvadores com uma mota de água ou com outro meio aquático", disse Acácio Bernardo, adiantando que o capitão do Porto de Lisboa se comprometeu a analisar a proposta.

Os proprietários dos apoios de praia da Caparica continuam à espera de respostas das entidades que superintendem a zona de intervenção do programa de regeneração urbana e requalificação ambiental Polis da Costa da Caparica – a CostaPolis e a Agência Portuguesa do Ambiente – para fazerem face aos prejuízos provocados pela agitação marítima nos últimos dois meses, que rondam os 300 mil euros.

Em reacção à proposta dos concessionários, o presidente da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FPNS), Alexandre Tadeia, defendeu que deve ser o Estado e não os concessionários a pagar aos nadadores-salvadores. Alexandre Tadeia defendeu que os concessionários "têm que ser arredados desta questão da segurança aquática", lembrando que todos os anos morrem pessoas em praias não vigiadas que estão nesta situação por não serem concessionadas.

Para a FPNS, as autarquias deveriam ser responsáveis pelos pagamentos aos nadadores-salvadores, cujo financiamento deveria vir de uma taxa municipal, "cobrada a todo o comércio do concelho, mas com critérios justos", porque beneficia com o turismo. No caso da Costa da Caparica, Alexandre Tadeia admitiu que "se não existir praia não vale a pena ter nadador-salvador", mas lembrou que a decisão final cabe ao capitão do Porto de Lisboa.