Ameaça de greve de fome leva Hospital de Faro a ceder medicamento a doente oncológica

Não houve necessidade de cumprir a ameaça, uma vez que o medicamento estava disponível, mas doente continua a dizer que "não fica descansada".

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O medicamento já estava esta manhã disponível na farmácia do hospital, razão pela qual a doente não concretizou a ameaça. “Não fico descansada, preciso de ter a garantia da administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) de que isto não volta a acontecer”, disse, depois de explicar que é a “segunda vez” que se viu na iminência de ficar privada dos medicamentos.

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O medicamento já estava esta manhã disponível na farmácia do hospital, razão pela qual a doente não concretizou a ameaça. “Não fico descansada, preciso de ter a garantia da administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) de que isto não volta a acontecer”, disse, depois de explicar que é a “segunda vez” que se viu na iminência de ficar privada dos medicamentos.

Na quinta-feira, explicou, esteve no Hospital de Faro, onde lhe foi dito que o pedido seria satisfeito entre as 15h00 e as 19h00. Como vive em Lagoa, a cerca de 50 quilómetros de distância, pediu a “uma pessoa amiga” para, no dia seguinte, de manhã, levantar o medicamento, só que afinal este não havia. “E só tinha comprimidos até terça-feira, não podia correr riscos”, sublinhou.

O medicamento de que Maria João de Deus necessita custa, se for genérico, 47 euros por uma caixa de 30 comprimidos ou 94 euros, se for de marca. “Não tenho condições financeiras, estou desempregada”, justificou.

A Administração do Centro Hospitalar do Algarve reconheceu, por seu lado, “pontuais constrangimentos” no fornecimento de medicamentos, resultantes da “recente necessidade de integração nas aplicações informáticas”  nos hospitais de Faro, Portimão e Lagos. Porém, em comunicado distribuído à imprensa,  garante que as falhas são “imediatamente corrigidas,  assim que são detectadas”.