CDU quer "voz activa" da Câmara do Porto contra "aumentos brutais" de rendas do IHRU

Foto
Câmara do Porto é a que paga a factura mais elevada por serviços de clipping Fernando Veludo/nfactos

“A Câmara tem que ter capacidade reactiva face ao IHRU e ao ministro da tutela para exigir explicações quer quanto aos aumentos de rendas, quer quanto à reabilitação do parque habitacional do IHRU”, afirmou o vereador comunista em declarações à agência Lusa no final de uma visita ao bairro Ramalde do Meio.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“A Câmara tem que ter capacidade reactiva face ao IHRU e ao ministro da tutela para exigir explicações quer quanto aos aumentos de rendas, quer quanto à reabilitação do parque habitacional do IHRU”, afirmou o vereador comunista em declarações à agência Lusa no final de uma visita ao bairro Ramalde do Meio.

Segundo Pedro Carvalho, embora se trate de património do IHRU, “a Câmara tem que ter uma voz activa a defender os 3.000 portuenses que vivem nos oito bairros sociais” do instituto.

“Enquanto não for alterada a lei da renda apoiada [ao abrigo da qual foram efectuados os aumentos de rendas] vamos ter sempre problemas de justiça social, mas há muitos concelhos, mesmo aqui à nossa volta, como Matosinhos, onde existem critérios que, independentemente do cálculo das rendas, são introduzidos no regulamento”, sustentou.

De acordo com o vereador comunista, os moradores dos bairros do IHRU no Porto sofreram, a partir do início do ano, “grandes aumentos nas rendas técnicas”, com casos de aumentos faseados em que a renda sobe “de 30 euros para 115 euros e, depois, para mais de 250 euros em 2016”.

Recordando que, em 2012 e 2013, a CDU já havia levantado esta questão em reuniões do executivo camarário, tendo a resolução apresentada em Julho de 2012 sido “rejeitada pelo executivo de Rui Rio”, Pedro Carvalho pretende agora retomar o assunto no mandato de Rui Moreira.

“Achamos que o IHRU, independentemente de cumprir o que está na lei, tinha que ter aqui uma atenção social diferenciada que não teve”, sustenta, salientando que, “apesar dos aumentos brutais das rendas, não estão a ser feitas as intervenções de reabilitação necessárias nos bairros”.

“Exigimos também a intervenção ao nível da requalificação, porque muitos destes bairros - como o de S. Tomé e o de Ramalde do Meio - estão bastante degradados e têm casas devolutas e emparedadas, o que não se compreende havendo tanta gente a precisar de habitação social”, adianta.

À reunião de Câmara da próxima terça-feira a CDU diz pretender levar também os problemas detectados na rua de Requesende, que assegura o acesso à zona de Ramalde, e que se encontra profundamente degradada, quer ao nível do pavimento, quer dos passeios, e com um lavadouro público devoluto “que é hoje sala de chuto”.

“Vamos apresentar uma proposta para que esta situação seja tida em conta”, disse, salientando que este “é um exemplo de como, com pequenos investimentos, se consegue melhorar a vida das populações”.