Benfica e FC Porto são os clubes que menos jogadores portugueses utilizam

Pela terceira temporada consecutiva, registou-se um aumento da percentagem de futebolistas nacionais utilizados no campeonato. O Sporting deu um salto de gigante rumo a uma mudança de paradigma.

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Foto: Francisco Leong/AFP

Mas este claro desinvestimento em futebolistas nacionais por parte das equipas que têm dominado a prova nos últimos anos não está a ser seguido pela maioria dos restantes adversários do primeiro escalão. Pelo contrário: esta é a terceira temporada consecutiva em que regista um aumento da percentagem de jogadores portugueses utilizados no conjunto das 16 formações que participam na competição. Na primeira volta, jogaram em média 105 portugueses e 118 estrangeiros, 47% contra 53%. Uma diferença que se situa actualmente nos seis pontos percentuais, quando era de 16% na época transacta e de 22% em 2011-12.

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Mas este claro desinvestimento em futebolistas nacionais por parte das equipas que têm dominado a prova nos últimos anos não está a ser seguido pela maioria dos restantes adversários do primeiro escalão. Pelo contrário: esta é a terceira temporada consecutiva em que regista um aumento da percentagem de jogadores portugueses utilizados no conjunto das 16 formações que participam na competição. Na primeira volta, jogaram em média 105 portugueses e 118 estrangeiros, 47% contra 53%. Uma diferença que se situa actualmente nos seis pontos percentuais, quando era de 16% na época transacta e de 22% em 2011-12.

O Paços de Ferreira é o clube que mais recorre ao jogador nacional, utilizando 11, em média, por partida, e apenas três estrangeiros (são contabilizados os suplentes lançados no jogo). Seguem-se Arouca, Belenenses e Vitória de Setúbal, cada um com nove portugueses e cinco estrangeiros. A aposta destas equipas não tem, para já, tido grandes resultados em termos competitivos, já que ocupam quatro dos cinco últimos lugares da classificação, segurando o Paços de Ferreira firmemente a “lanterna vermelha”.

Depois de Benfica e FC Porto, o Nacional, o Olhanense e o Rio Ave são os clubes que apostam mais no jogador de além-fronteiras, numa média de nove por partida, a que se juntam mais cinco portugueses. Com mais jogadores estrangeiros do que nacionais utilizados surgem ainda a Académica e Marítimo (6
8 em ambos).

Sporting muda de rumo
A meio da tabela, surge o Sporting de Leonardo Jardim, que apresenta um equilíbrio perfeito entre a matéria-prima interna e externa. Em média, na primeira volta da Liga, os “leões” utilizaram sete jogadores portugueses e sete estrangeiros. Uma realidade bem diferente da tumultuosa época passada, quando o conjunto de Alvalade se posicionava entre o trio que mais apostava em futebolistas contratados fora de portas: 11 contra três. Na primeira volta de 2011-12, o Sporting apresentou um rácio de quatro portugueses para 10 estrangeiros.

Para a realidade actual contribuiu a difícil conjuntura económica que o clube enfrenta e uma mudança de paradigma, que conduziu a uma aposta mais regular nos jogadores da formação, com o médio William Carvalho a ser um dos exemplos mais bem sucedidos de promoção à equipa principal. De resto, a média de idades do plantel ronda os 23 anos.

Neste particular, o estudo do SJPF revela que nas primeiras 15 jornadas da época as equipas da Liga principal utilizaram 75 jogadores jovens, até 23 anos, que representaram 34% do total. Uma subida de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. A maioria dos atletas que alinharam nas 16 equipas do campeonato situou-se na faixa etária entre os 24 e 28 anos: 104, que representaram 46% do total.

A 12.ª jornada deste campeonato foi aquela em que participaram mais jogadores estrangeiros, com 125 contra 98 portugueses. Não houve nenhuma ronda em que este princípio se invertesse, mas na oitava jornada registou-se um empate, com 111 futebolistas de cada lado.

Se olharmos para a II Liga, o panorama muda drasticamente. Dos 307 futebolistas utilizados na primeira volta da competição, 206 (67%) foram portugueses e apenas 101 (33%) estrangeiros. E, mesmo assim, o número de atletas nacionais diminuiu em relação à época anterior, quando o rácio era de 70% contra 30%.