Sucessão ao líder já em marcha?

Críticos de Portas dizem que o congresso do CDS deste fim de semana será o momento em que se prepara a sucessão.

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“Os sinais que chegam do portismo é que perceberam, com aquela crise de Julho, de forma muito sobressaltada, que não estavam preparados para a sucessão de Paulo Portas”, afirmou ao PÚBLICO Filipe Anacoreta Correia, do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR).

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“Os sinais que chegam do portismo é que perceberam, com aquela crise de Julho, de forma muito sobressaltada, que não estavam preparados para a sucessão de Paulo Portas”, afirmou ao PÚBLICO Filipe Anacoreta Correia, do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR).

Para Anacoreta Correia, é claro: “Este congresso marca o início da sucessão de Portas”. Só assim diz perceber-se o sentido de moções como a subscrita por João Almeida e Adolfo Mesquita Nunes, que fala da organização interna do partido.

A moção global defende, por exemplo, a utilização de referendos internos como instrumento de consulta aos militantes. E Paulo Portas já admitiu utilizá-lo sobre a coligação para as legislativas.

Filipe Anacoreta Correia admite vir a concorrer à liderança do partido, mas só anunciará essa decisão hoje. Para já, tem um apoiante (e amigo) de Portas para liderar a lista para o conselho nacional: Luís Nobre Guedes. 

Na direcção do CDS, a hipótese de Portas se afastar depois deste mandato é posta de lado, mesmo quando, na crise política de Julho, ninguém se apresentou como alternativa à liderança. “A mim nunca se me colocou em Julho que Paulo Portas, mesmo com a intensidade da sua decisão, não voltasse a ser candidato a presidente do partido”, afirmou ao PÚBLICO Nuno Melo, vice-presidente do partido e visto como um forte sucessor ao actual líder.

“Seria muito estranho que Paulo Portas deixasse de ser líder num próximo congresso [a seguir a este] quando o partido pode mostrar a seu favor o crescendo de resultados”, frisou. Como escreveu Portas na sua moção global, o mandato deste congresso só termina em Janeiro de 2016, e, até lá, será o conselho nacional a tomar as decisões estratégicas. Um órgão que tem sido dominado pela direcção de Paulo Portas.