Queda de vendas dos PC mostra transição para nova fase de computação pessoal

O número de computadores tradicionais postos à venda caiu 10% em 2013. Nos mercados emergentes, há quem comece pelo telemóvel e salte directamente para os tablets.

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A linha entre tablet e PC está a esbater-se. Na imagem, um protótipo da Toshiba, apresentado na CES JOE KLAMAR/AFP

A descida calculada pelas duas analistas é igual: chegaram ao mercado menos 10% de computadores em 2013 do que no ano anterior e os valores têm vindo a encolher sucessivamente há sete trimestres. No último trimestre, foram enviados para o retalho um pouco mais de 82 milhões de unidades. O segmento empresarial ajudou a amparar a queda, com as empresas a substituírem equipamentos em parte devido ao fim do suporte para o sistema operativo Windows XP.

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A descida calculada pelas duas analistas é igual: chegaram ao mercado menos 10% de computadores em 2013 do que no ano anterior e os valores têm vindo a encolher sucessivamente há sete trimestres. No último trimestre, foram enviados para o retalho um pouco mais de 82 milhões de unidades. O segmento empresarial ajudou a amparar a queda, com as empresas a substituírem equipamentos em parte devido ao fim do suporte para o sistema operativo Windows XP.

As causas já são bem conhecidas: os smartphones e os tablets permitem fazer muitas das tarefas que antes eram executadas apenas em computadores e as atenções dos consumidores estão voltadas para estes equipamentos. Além disso, a proliferação de serviços online que permitem substituir os tradicionais programas de computador (por exemplo, editores de texto que funcionam na Internet) levam a que, em muitos casos, os utilizadores sintam menos necessidade de trocar os respectivos computadores por aparelhos novos, que oferecem melhor desempenho na utilização de novo software.

Nem mesmo nos países de economias emergentes, onde uma parte mais significativa da população não tem computador, os PC tiveram grande procura. Pelo contrário, nota a Gartner, é possível que nesses mercados muitos utilizadores saltem o PC e passem directamente para dispositivos móveis. “O crescimento forte dos tablets continua a ter um impacto negativo no crescimento dos PC nos mercados emergentes”, escreve o analista Mikako Kitagawa. “O primeiro dispositivo com ligação à Internet destes consumidores é provavelmente um smartphone e o primeiro dispositivo de computação é um tablet. Como resultado, a adopção de PC nos mercados emergentes será mais lenta, com os consumidores a saltarem os PC em favor dos tablets”.

Ainda assim, chegam ao mercado muito menos tablets do que PC. Por exemplo, números da IDC divulgados em Outubro e relativos ao terceiro trimestre de 2013 (o mais recente para o qual há indicadores) apontam para cerca de 82 milhões de PC e 48 milhões de tablets postos no retalho. Já números da Gartner publicados esta semana estimam que, ao longo deste ano, os tablets deverão crescer para 263 milhões de unidades e os PC cair para os 278 milhões. O ano de 2015 deverá ser aquele em que os tablets passam para a frente.

Entre os fabricantes, a linha entre PC e tablet tem-se esbatido. Por exemplo, as analistas não consideram como um PC o Surface, da Microsoft, cujo modelo de maior sucesso está equipado com o mesmo Windows que equipa os computadores tradicionais e pode ser classificado como um dispositivo híbrido: a Microsoft tem apresentado o teclado do Surface (que é vendido à parte e pode ser encaixado no aparelho) como um ponto importante da experiência de utilização.

As duas analistas colocam a chinesa Lenovo como líder, com cerca de 17% do mercado. Segurem-se a HP, Dell, Acer e Asus na lista dos maiores fabricantes mundiais. A Lenovo e a Dell viram a quota de mercado crescer, ao passo que as restantes caíram.