Angola aumenta tarifas e encarece exportações

A partir do início do próximo ano Angola vai agravar preço das importações com nova pauta aduaneira.

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A ideia do Governo angolano com esta medida é incentivar a produção local, através de uma penalização das importações por via do seu custo. Apesar disso, conforme sublinha o relatório da instituição financeira (presente em Angola através do BFA, onde tem a Unitel como sócia), “dado o elevado peso dos bens importados no cálculo do nível de preços interno, o agravamento das tarifas de importação deverá transmitir-se aos preços cobrados internamente pelos produtos com origem no exterior, exercendo pressões inflacionistas que poderão comprometer o controlo da inflação local”. Angola já conseguiu descer do patamar dos dois dígitos na inflação, prevendo-se que no final deste ano se fique pelos 9%.

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A ideia do Governo angolano com esta medida é incentivar a produção local, através de uma penalização das importações por via do seu custo. Apesar disso, conforme sublinha o relatório da instituição financeira (presente em Angola através do BFA, onde tem a Unitel como sócia), “dado o elevado peso dos bens importados no cálculo do nível de preços interno, o agravamento das tarifas de importação deverá transmitir-se aos preços cobrados internamente pelos produtos com origem no exterior, exercendo pressões inflacionistas que poderão comprometer o controlo da inflação local”. Angola já conseguiu descer do patamar dos dois dígitos na inflação, prevendo-se que no final deste ano se fique pelos 9%.

Actualmente, o país ainda está muito dependente do petróleo e a estratégia passa pela diversificação da economia, através de sectores como a agro-indústria, o que servirá também para depender menos do exterior e criar novos postos de trabalho. Ainda muito dependente das importações, Angola tem Portugal como o seu maior fornecedor, seguindo-se a China, os Estados Unidos e o Brasil.

Este ano deu-se uma viragem nas relações comerciais entre Portugal e Angola já que, devido às importações de petróleo para refinação, a balança passou a pender para o lado angolano. De acordo com os dados oficiais, no primeiro semestre deste ano Portugal comprou bens no valor de 1594 milhões de euros, contra 1414 milhões em vendas. Os produtos mais vendidos para Angola em 2012 foram as máquinas e aparelhos (741,3 milhões de euros), seguindo-se os produtos alimentares (480,1 milhões de euros).

As empresas portuguesas poderão apostar mais na fabricação local, através de parcerias com angolanos, mas subsistem vários obstáculos a estas iniciativas. Aliás, está em curso um levantamento dos obstáculos existentes ao investimento, efectuado pelas autoridades dos dois países.