Suécia é o melhor país para se ser idoso, Portugal fica em 34.º lugar

Entre os 91 países analisados, o Afeganistão ficou em último no Global AgeWatch Index 2013.

Foto
Portugal teve a pior qualificação (77 º lugar) quando analisado o critério emprego e educação Adriano Miranda

O estudo da Global AgeWatch Index 2013, realizado com o apoio do Fundo para a População da ONU e do grupo HelpAge International e lançado no Dia Internacional do Idoso, coloca a Suécia, Noruega e Alemanha nos três primeiros lugares e a Tanzânia, Paquistão e Afeganistão como os piores países para a terceira idade.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O estudo da Global AgeWatch Index 2013, realizado com o apoio do Fundo para a População da ONU e do grupo HelpAge International e lançado no Dia Internacional do Idoso, coloca a Suécia, Noruega e Alemanha nos três primeiros lugares e a Tanzânia, Paquistão e Afeganistão como os piores países para a terceira idade.

Para chegar a esta classificação foram utilizados 13 indicadores, divididos por quatro critérios, que atribuíram a cada país uma determinada posição do ranking.

Os indicadores referem-se à estabilidade de rendimento, estado de saúde, emprego e educação e ambiente favorável. Por exemplo, no primeiro indicador que faz a leitura sobre o acesso a um rendimento suficiente para ter uma vida condigna e a capacidade de o utilizar de forma independente, o Luxemburgo ficou em primeiro lugar e a Tanzânia em último. Portugal tem aqui a sua melhor classificação, ficando em 17.º, à frente do Uruguai e atrás da Eslováquia.

Quando se fala em saúde, incluindo a esperança média de vida saudável aos 60 ou o bem-estar psicológico, a Suíça sobe ao primeiro lugar e o Afeganistão volta a ocupar o último. A situação dos idosos portugueses coloca o país em 29.º lugar, antes do Peru e depois da Venezuela.

No indicador emprego e educação, onde são analisados factores como o emprego de pessoas com 60 ou mais anos e os estudos académicos na terceira idade, a nota máxima foi para os noruegueses e a pior para a Jordânia, deixando para Portugal a 76.ª posição, entre o Vietname (75) e Malta (77).

Quando à capacidade dos idosos terem a liberdade de escolha para viverem de forma independente ou sob apoio permanente, acesso a transportes públicos e a relações sociais, a Holanda bateu os outros 90 países, entre eles o Paquistão, último segundo o estudo, e Portugal (37.º).

Segundo o Global AgeWatch Index, em 2012 existam 809 milhões de pessoas com mais de 60 anos, cerca de 11% a população mundial. Dentro de 28 anos, estima-se que essa população aumente até 16% (1,375 milhões) e em 2050 o estudo considera que mais de um quinto da população global tenha mais de 60 anos. Assim, dentro de 40 anos, a fatia dos maiores de 60 vai ultrapassar, pela primeira vez, a que representa os que têm menos de 15 anos.

No ano passado, cerca de 24,4% dos portugueses tinham mais de 60 anos e em 2030, segundo previsões do relatório, serão mais de 32%. Dentro de 40 anos, essa percentagem sob para 40,4%.

Silvia Stefanoni, chefe executiva interina da HelpAge International, sublinha no site da organização que o aumento da população idosa se deve a “melhores dietas, condições sanitárias, avanços médicos e melhor prosperidade, mas também à queda das taxas de natalidade”. Com a previsão de que a população idosa passe a representar, dentro de 40 anos, um quinto das pessoas no mundo, Silvia Stefanoni considera a “contínua exclusão da velhice das agendas nacionais e globais um dos maiores obstáculos para responder às necessidades que surgem com o envelhecimento da população mundial”.

A responsável considera que o relatório apresentado esta terça-feira dá uma "melhor compreensão da qualidade de vida das mulheres e homens à medida que envelhecem” e ajuda a concentrar a atenção “onde as coisas estão a ir bem e onde há que fazer melhorias".