Banco do Vaticano quadruplicou o seu lucro líquido em 2012

Instituto para as Obras da Religião tenta responder a transparência prometida pelo Vaticano.

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Vaticano/Reuters

Pela primeira vez os resultados do banco foram publicados num relatório anual na sua nova página de Internet, numa tentativa de transparência prometida pelo Vaticano.O IOR tem sido muito criticado pelo seu secretismo.

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Pela primeira vez os resultados do banco foram publicados num relatório anual na sua nova página de Internet, numa tentativa de transparência prometida pelo Vaticano.O IOR tem sido muito criticado pelo seu secretismo.

Esta iniciativa foi promovida pelo presidente do banco, eleito em Fevereiro ainda por Bento XVI, Erns von Freyberg, que sublinhou que a sua gestão aponta para uma “exposição de baixo risco”.

De acordo com o relatório divulgado esta terça-feira, no ano passado foram confiados 6300 milhões de euros em fundos ao IOR. Erns von Freyberg garante que o IOR é “fiel ao seu compromisso de garantir a transparência” das suas actividades, respondendo assim “às expectativas legítimas da Igreja Católica, autoridades do Vaticano, clientes e bancos”.

Numa antecipação do que é esperado para o balanço relativo a este ano, o presidente do IOR relembra as “despesas extraordinárias ligadas ao processo de reforma e de reorganização em curso e pelos efeitos produzidos pela subida das taxas de juros”.

Em Junho, o Papa Francisco criou uma comissão de inquérito para o Instituto para as Obras da Religião. O objectivo é recolher informações precisas sobre a situação jurídica e as várias actividades do IOR. É esperado que a comissão de inquérito faça um relatório sobre a situação do Banco do Vaticano e apresente soluções para melhorar o seu funcionamento.

A decisão do Papa surgiu depois de uma investigação de dois anos e meio ter levado a Justiça italiana a concluir que o Banco do Vaticano não cumpre os padrões de transparência internacionais. “Há um risco elevado no modo de funcionamento do IOR que, ao não identificar com precisão os seus clientes, pode ser utilizado como cobertura para dissimular operações ilegais”, escreveram os procuradores nas conclusões do inquérito.