Homem impedido de votar em Faro por ter sido dado como morto

Pedro Cabeçadas disse que, por ter havido alterações pela fusão ou extinção de algumas freguesias, esteve todo o dia de sábado a tentar confirmar o local onde votava através do envio de um SMS para o número disponibilizado pelas entidades oficiais para o efeito.

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Pedro Cabeçadas disse que, por ter havido alterações pela fusão ou extinção de algumas freguesias, esteve todo o dia de sábado a tentar confirmar o local onde votava através do envio de um SMS para o número disponibilizado pelas entidades oficiais para o efeito.

“Como não consegui, hoje decidi deslocar-me logo à Junta de Freguesia da Sé e, apesar do esforço inexcedível da funcionária, não consegui obter resposta porque o meu nome não constava dos cadernos eleitorais”, lamentou.

Pedro Cabeçadas não pôde assim, pela primeira vez na sua vida, exercer o seu direito de voto, tendo posteriormente recebido uma resposta da junta de freguesia, que disse ter justificado a situação com o facto de “a Comissão Nacional de Eleições ter mandado uma carta e esta ter sido devolvida com a indicação de que tinha falecido”.

“Isto é ridículo. Mas é o país que temos. Convocam mortos para ir votar e não deixam os vivos votar porque dizem que estão mortos. É o que temos, infelizmente”, criticou.

Este eleitor considerou que a situação ainda é “mais estranha porque não houve mudança de residência, de estado civil ou de qualquer outro dado pessoal”, e sublinhou que votou “toda a vida em Faro, estando inscrito na Junta de Freguesia da Sé e tendo integrado já assembleias de voto”.

Mas Pedro Cabeçadas ainda procurou aliviar um pouco a situação e retirar alguma coisa de positivo deste “inconveniente”.
“Eu cheguei a pensar nem ir votar. Mas votei sempre e não votar é uma atitude pouco digna. Por isso decidi que tinha de ir mesmo votar, mas não sabia em quem. Assim já não tenho esse problema. Como fui impedido de votar, já tenho esse problema resolvido”, brincou.