Bruxelas saúda descida do desemprego, mas trava euforias

“As melhorias recentes são mínimas e a situação é muito frágil” em vários países, diz comissário europeu do Emprego.

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László Andor diz ser “inaceitável” que mais de 26,6 milhões de pessoas estejam desempregados na UE Nuno Ferreira Santos

Reagindo aos mais recentes dados do Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, segundo os quais o desemprego recuou para os 16,5% em Portugal em Julho, o comissário europeu do Emprego, László Andor, sublinhou que os números confirmam que o desemprego deixou de subir em muitos países, “mesmo em Espanha, Portugal e Irlanda”.

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Reagindo aos mais recentes dados do Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, segundo os quais o desemprego recuou para os 16,5% em Portugal em Julho, o comissário europeu do Emprego, László Andor, sublinhou que os números confirmam que o desemprego deixou de subir em muitos países, “mesmo em Espanha, Portugal e Irlanda”.

“Após seis trimestres de recessão e dez trimestres de desemprego crescente”, apontou, é “encorajador que muitos países tenham conseguido reduzir ligeiramente o desemprego”, mesmo num contexto económico adverso, o que, na sua opinião, mostra a importância da implementação de novas políticas de emprego.

No entanto, o comissário sublinhou que “é claramente inaceitável que mais de 26,6 milhões de pessoas em busca de emprego estejam sem trabalho na UE (19,2 milhões na zona euro), dos quais mais de 5,5 milhões têm idade inferior a 25 anos (3,5 milhões na zona euro)”.

“As melhorias recentes são mínimas e a situação é muito frágil. Não é tempo para celebrações nem complacência. Pelo contrário, agora que podemos ver que estamos no caminho certo em termos de política de emprego, temos de aprofundar os nossos esforços”, declarou Andor.

Segundo os dados hoje divulgados pelo Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal desceu em Julho, pelo terceiro mês consecutivo, para os 16,5%, tendo o gabinete oficial de estatísticas da UE revisto em baixa os dados dos últimos meses referentes a Portugal.

O Eurostat justifica as revisões, sobretudo as mais significativas, como no caso de Portugal, com a inclusão no processo de cálculo da taxa de desemprego dos dados mais recentes do estudo da UE sobre a força de trabalho, com base no qual calcula a taxa de desemprego, resultado do número de pessoas desempregadas como percentagem da força de trabalho.

De acordo com os novos “números” do Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal afinal não foi então tão elevada nos últimos meses: em Abril foi de 17,3% (contra os 17,8% anteriormente divulgados), caiu para os 17% em maio (antes o valor era de 17,6%), para os 16,7% em Junho (e não 17,4%), e para os 16,5% em Julho.

À luz destes “novos” dados, Portugal deixou de ser o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais elevada, como se verificara ao longo dos últimos meses, mas sim o quinto – atrás de Grécia (27,6%), Espanha (26,3%), Chipre (17,3%) e Croácia (16,7) –, e apresenta agora uma taxa apenas meio ponto percentual acima daquela verificada um ano antes, em Julho de 2012 (16,0%).

No entanto, Portugal continua bastante acima da média europeia, já que, em Julho, a taxa de desemprego foi de 12,1% na zona euro e de 11,0% no conjunto da União Europeia, valores idênticos aos do mês anterior.