Temos Presidente

Depois de uma exaustiva e clara justificação para a recusa de eleições nesta conjuntura de curto prazo, o Presidente apontou os caminhos que preconiza para a solução que entende consentânea com a defesa dos interesses nacionais na situação crítica que Portugal atravessa. E é aqui que as propostas de Cavaco Silva não são ainda suficientemente esclarecedoras. Só após os contactos que entendeu desenvolver desde já com os partidos subscritores do memorando de entendimento com a troika poderemos ter uma melhor compreensão sobre os desígnios presidenciais.

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Depois de uma exaustiva e clara justificação para a recusa de eleições nesta conjuntura de curto prazo, o Presidente apontou os caminhos que preconiza para a solução que entende consentânea com a defesa dos interesses nacionais na situação crítica que Portugal atravessa. E é aqui que as propostas de Cavaco Silva não são ainda suficientemente esclarecedoras. Só após os contactos que entendeu desenvolver desde já com os partidos subscritores do memorando de entendimento com a troika poderemos ter uma melhor compreensão sobre os desígnios presidenciais.

Será que o Presidente recusou, como parece, a remodelação do Governo que Passos Coelho anunciou e pretende que o executivo permaneça como está? Se recusou, estamos perante um agravo (merecido) aos partidos e aos líderes da coligação! Por alguma razão ainda não comentaram a proposta do Presidente...

Confirma-se que a intenção do Presidente, no caso de fracasso das negociações que propõe, é a de avançar com um Governo de sua responsabilidade? Um Governo que integre personalidades independentes de reconhecida competência e capacidade política, até ao termo do período de intervenção externa? Espero bem que seja essa a intenção!

Em suma, os propósitos do Presidente parecem-me de aplaudir, sem embargo de carecerem de clarificação. Temos Presidente!

É tempo de os partidos perceberem e assumirem que o interesse nacional exige a todos uma postura de Estado e que só uma convergência alargada entre eles permitirá afrontar com sucesso as dificuldades e assim ultrapassar a gravíssima crise que atravessamos.

Se não perceberem isto, os partidos serão, a justo título, brutalmente penalizados pelos eleitores.