Sócrates: “Greve dos professores é justificada”

Antigo primeiro-ministro diz que docentes estão a defender os seus postos de trabalho.

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José Sócrates é acusado de ter conduzido Portugal à bancarrota Miguel Manso

“Os professores estão a lutar pelo seu posto de trabalho. A greve é justificada. Se não se justifica neste caso, justifica-se quando?”, questionou José Sócrates no seu habitual comentário de domingo, na RTP: “Se há motivo para um trabalhador fazer greve, é a defesa do seu emprego.”

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“Os professores estão a lutar pelo seu posto de trabalho. A greve é justificada. Se não se justifica neste caso, justifica-se quando?”, questionou José Sócrates no seu habitual comentário de domingo, na RTP: “Se há motivo para um trabalhador fazer greve, é a defesa do seu emprego.”

O antigo primeiro-ministro reconheceu que no passado teve “conflito com os sindicatos”, mas defendeu que “esta não é greve como as do passado”: “Destina-se a lutar pelo emprego. Destina-se a contrariar a inclusão dos professores no processo de requalificação, que é um processo de despedimento.”

Sócrates criticou ainda a actuação do Governo neste braço-de-ferro com os professores e elogiou a o colégio arbitral, que não decretou serviços mínimos e sugeriu a alteração dos exames de Português e de Latim de dia 17 para dia 20. “A comissão arbitral fez uma proposta razoável”, disse o socialista, que não percebe por que razão Nuno Crato não aceitou a sugestão de alterar a data dos exames de segunda-feira.

O ex-líder socialista fez ainda um apelo “às consciências dos governantes que querem despedir 30 mil funcionários públicos quando a taxa de desemprego é de 18%”.

No seu habitual comentário, Sócrates considerou ainda uma “indecência” o Governo ter adiado o pagamento do subsídio de férias aos funcionários públicos para o final do ano e qualificou como um “espectáculo deprimente” a “troca de culpas” entre o FMI e as instituições europeias a propósito da receita de austeridade aplicada na Grécia.