Ministério sem propostas que leve ao cancelamento da greve, diz a Fenprof

Mário Nogueira acusa o MEC de estar a "brincar" com as escolas.

Foto
Mário Nogueira aponta para "mais um delírio" do ministério Miguel Manso

“O MEC não fez um único esforço para apresentar propostas diferentes das que apresentou no dia 6. Sobre as datas dos exames nem sequer disse nada”, disse o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, à saída da reunião com o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“O MEC não fez um único esforço para apresentar propostas diferentes das que apresentou no dia 6. Sobre as datas dos exames nem sequer disse nada”, disse o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, à saída da reunião com o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida.

Mário Nogueira aproveitou para “saudar” o facto de o Tribunal Administrativo Central do Sul ter adiado, para uma data que posterior à da greve de dia 17, a apreciação do recurso interposto pelo MEC quanto à decisão do colégio arbitral sobre os serviços mínimos, o que o líder da Fenprof considerou uma “tremenda derrota” para o ministério.

“É claro que o MEC leva uma derrota tremenda a esse nível, e não é aceitável que depois disso esteja a tomar medidas que põe em causa o direito à greve. Dissemos ali que a convocação de todos os professores põe em causa o direito à greve. Está a chegar aos directores uma informação que está a por em causa o seu direito a fazer greve”, criticou o dirigente sindical.

Mário Nogueira afirmou que não é legítimo que o ministério esteja a pedir aos directores que assegurem o trabalho afecto ao secretariado de exames em caso de greve das pessoas incumbidas da tarefa, uma vez que isso coloca em causa o direito à greve dos directores.

“Em caso do secretariado de exames não estar, compete aos directores substitui-los? Isso não pode ser. Os directores são professores que têm direito a fazer greve. Este ministério nunca mereceu como está a merecer neste momento que todos os professores façam greve e que estejam todos amanhã na manifestação. Isto não é maneira de negociar. Isto é brincar com as escolas”, defendeu.

Uma circular do Júri Nacional de Exames enviada hoje às direcções das escolas refere que, em caso de greve de elementos do secretariado de exames, a direcção da escola pode assegurar a distribuição das provas pelas salas, nomeadamente a entrega dos enunciados nas salas de exames ou aos professores vigilantes.

A mensagem indica também que, em caso de necessidade "os exames poderão ser vigiados por elementos da direcção das escolas e por elementos dos secretariados dos exames".

O Júri Nacional de Exames permite ainda que os directores das escolas convoquem também todos os professores de Português e de Latim, as disciplinas cujo o exame de 12º ano está agendado para segunda-feira.