Cavaco Silva lembra que portugueses sempre "souberam unir-se"

Comemorações do 10 de Junho em Elvas.

“Esta é uma hora decisiva. Portugal vive um momento em que não podemos vacilar na determinação de vencer e de alcançar um futuro melhor”, alerta Cavaco Silva durante a cerimónia que marca, neste domingo, o 10 de Junho, em Elvas.

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“Esta é uma hora decisiva. Portugal vive um momento em que não podemos vacilar na determinação de vencer e de alcançar um futuro melhor”, alerta Cavaco Silva durante a cerimónia que marca, neste domingo, o 10 de Junho, em Elvas.

Aludindo à história de Elvas, que foi um bastião da defesa de Portugal contra os espanhóis, o chefe de Estado lembrou que os momentos de dificuldade, como o actual que o país atravessa, já marcam a história do país. “Nesta hora que Portugal atravessa, Elvas convoca-nos a olharmos para a nossa História e a reconhecermos que os momentos difíceis não são inéditos”, mas, “nas horas decisivas, os portugueses souberam unir-se para defender os grandes desígnios nacionais”, realça.

Cavaco Silva discursava em Elvas, no cineteatro local, no primeiro de dois dias de comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala na segunda-feira. Na sua intervenção, que foi antecedida pelo discurso do presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão de Almeida, o Presidente das República aludiu às dificuldades que o país enfrenta, nomeadamente ao desemprego. “É importante estarmos muitos conscientes das dificuldades, do drama que o desemprego representa nas vidas de milhares dos nossos cidadãos e dos momentos árduos atravessados por muitas famílias”, diz.

Mas o Chefe de Estado voltou a referir-se a Elvas para demonstrar que a união dos portugueses é necessária para ultrapassar estes períodos. “Não esqueçamos que aquilo que Portugal sempre teve, muito bem representado por esta nobre e leal cidade de Elvas, foi uma capacidade para, mesmo nos momentos cruciais, enfrentar e vencer as adversidades”, lembra.

Cavaco Silva elogia “as gentes de Elvas”, as quais, ao longo de séculos, diz, “habituaram-se a olhar atentamente os horizontes em busca de perigo”. “Souberam resistir corajosamente a todas as dificuldades, coragem que traz hoje ecos da capacidade que os portugueses têm demonstrado nos últimos anos”, sublinha.

No discurso, o chefe de Estado não esquece também o Poder Local, considerando que, nestes tempos de crise, o mesmo tem um papel essencial no desenvolvimento do país. “Aos municípios cumpre hoje e cada vez mais olhar pelo desenvolvimento económico dos concelhos e, desta forma, pelo bem-estar e progresso das populações”, frisa.

Fome e pobreza, aponta autarca
Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão de Almeida, lamenta que “milhões de portugueses" estejam a viver no “limiar da fome e da pobreza”, considerando que essa situação deve envergonhar os portugueses.

Rondão Almeida, socialista, falava na sessão solene de boas-vindas da Câmara de Elvas ao Presidente da República, Cavaco Silva, e destacou o papel da população local ao longo da história, recordando todos os momentos que marcaram a cidade do ponto de vista militar, sublinhando a “determinação” do povo na altura de superar as dificuldades.

A história de Elvas, segundo Rondão de Almeida, “dá-nos uma grande lição”, uma lição de “bravura, valentia e de coragem”, um exemplo de “nacionalismo, de força, de virtude” que se traduz numa “lição de valores” que os portugueses devem “enfrentar” nos tempos actuais.

Para exemplificar que Elvas não baixa os braços perante essa realidade, o autarca salientou que o município desenvolve vários investimentos de “grande volume” e que mantém uma “invejável saúde financeira”, fruto de uma gestão “rigorosa”. “Temos quase duas dezenas e meia de programas sociais, desde quando o bebé ainda está em gestação, atravessando as diversas fases do crescimento de crianças e jovens, indo à idade adulta e activa, chegando até aos mais idosos”, acrescentou.