Aumentaram as falhas de medicamentos nas farmácias
Estudo da consultora Delloite mostra que quase metade dos utentes não consegue aviar todos os remédios de que precisa.
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Todas as farmácias avaliadas admitiram ter falhas no abastecimento e mais de 90% dos inquiridos (649 utentes e 86 médicos, além de 122 farmacêuticos) defenderam que este problema se manteve ou aumentou. Já os medicamentos em falta aumentaram em 22% face ao ano passado, na opinião dos utentes inquiridos, e alguns destes são fármacos life saving (de sustentação de vida). O estudo, hoje divulgado pelo Jornal de Notícias, é uma actualização de uma primeira avaliação realizada em 2012 a pedido da Apifarma.
Os problemas de abastecimento têm consequências nefastas para os doentes: muitos deixam de tomar os medicamentos ou atrasam o início da terapêutica, segundo os médicos inquiridos. Os medicamentos para o sistema nervoso central voltam a ser os mais afectados pelas rupturas de stock, seguidos dos fármacos para o aparelho respiratório.
Os farmacêuticos atribuem o problema ao facto de os medicamentos estarem esgotados nos armazenistas (80%) ou no laboratório (52%) e quase um quarto acredita que a causa é a exportação paralela (os medicamentos são vendidos para outros países onde os preços são muito superiores).