“Os que nos representam e deviam olhar para o povo português, não olham”, critica Soares dos Santos
Gestor afirmou também que não haverá crescimento económico com uma dívida pública elevada.
“Quando há um Conselho de Estado, onde se discutem matérias de grande importância para o país, nós não somos informados sobre o que se passa”, ilustrou o gestor, escusando-se a ir mais longe.
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“Quando há um Conselho de Estado, onde se discutem matérias de grande importância para o país, nós não somos informados sobre o que se passa”, ilustrou o gestor, escusando-se a ir mais longe.
Soares dos Santos considerou também que só será possível a Portugal regressar ao crescimento económico quando pagar a sua elevada dívida, lançando críticas à actuação dos governantes.
“Temos que criar condições para o investimento”, assinalou, sublinhando que “em 1974 destruíram todo o tecido industrial português”, o que se traduziu na perda de gestores competentes e de capital. “Não acredito no crescimento enquanto tivermos a dívida que há”, afirmou o empresário.
Questionado sobre a questão do desemprego, Soares dos Santos realçou que “é um problema gravíssimo em qualquer parte do mundo”, defendendo que o aumento da taxa de desemprego “não é só devido à crise financeira”, mas também aos avanços tecnológicos, que permitem substituir cada vez mais mão-de-obra.
No que toca à Jerónimo Martins, no mercado português, o gestor revelou que o grupo prossegue a política de “evitar ao máximo despedimentos” e que, para conseguir manter os bons resultados, os salários dos quadros estão congelados e houve um corte nos prémios de desempenho.
A realidade internacional da retalhista é totalmente diferente nas operações na Polónia e, mais recentemente, na Colômbia, onde tem havido um forte investimento do grupo português.
“Na Colômbia já temos 14 lojas abertas e as vendas são superiores às estimativas que tínhamos no momento da abertura. A despesa média por cliente também é maior do que esperávamos e, até agora, são tudo boas notícias”, adiantou.
Porém, Soares dos Santos mostrou cautela quanto ao futuro, ao sublinhar que “só daqui a um ou dois anos é possível dizer que [a operação na Colômbia] é um sucesso”.