Investimento nos países em desenvolvimento será maior que nos países desenvolvidos

Um relatório do Banco Mundial revela que em 2030 os países em desenvolvimento contribuirão mais para as poupanças mundiais que os países desenvolvidos.

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Comboio de alta velocidade na cidade chinesa de Guangzhou Stringer/Reuters

Para ilustrar o futuro do investimento global, o Banco Mundial idealiza dois cenários diferentes: um em que a convergência entre países desenvolvidos e em países em desenvolvimento é mais gradual, e outro em que é mais rápida. Assim, prevê-se que, num cenário mais pessimista, em 2030 o rendimento per capita dos países em desenvolvimento será equivalente a 16% do dos países desenvolvidos. De acordo com expectativas mais optimistas, este valor será igual a 19%.

Em termos de crescimento global, o Banco Mundial acredita que a taxa de crescimento se situará entre os 2,6% e 3%, com os países em desenvolvimento a crescerem entre 4,8% e 5,5%, contribuindo entre 87% e 93% para o crescimento mundial. Este crescimento, juntamente com a maturação dos mercados financeiros dos países em desenvolvimento, é a chave do crescimento do investimento nestes países.

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Para ilustrar o futuro do investimento global, o Banco Mundial idealiza dois cenários diferentes: um em que a convergência entre países desenvolvidos e em países em desenvolvimento é mais gradual, e outro em que é mais rápida. Assim, prevê-se que, num cenário mais pessimista, em 2030 o rendimento per capita dos países em desenvolvimento será equivalente a 16% do dos países desenvolvidos. De acordo com expectativas mais optimistas, este valor será igual a 19%.

Em termos de crescimento global, o Banco Mundial acredita que a taxa de crescimento se situará entre os 2,6% e 3%, com os países em desenvolvimento a crescerem entre 4,8% e 5,5%, contribuindo entre 87% e 93% para o crescimento mundial. Este crescimento, juntamente com a maturação dos mercados financeiros dos países em desenvolvimento, é a chave do crescimento do investimento nestes países.

O envelhecimento da população levará a níveis mais baixos de poupança em todo o mundo. Contudo, isto sucederá a um ritmo mais lento em países em desenvolvimento como o Brasil e o México. A África Subsariana será a única região cujo nível de poupança se manterá inalterado.

Em termos absolutos, continuarão a ser o Médio Oriente e a Ásia os grandes pólos da poupança. A China será o país com o maior nível de poupanças em 2030, contando com cerca de 7 biliões (milhões de mihoes) de euros, tendo ultrapassado os níveis dos Estados Unidos e Japão nos anos 2020. Já os países desenvolvidos diminuirão a sua quota no nível de poupanças mundial, baixando a sua contribuição de 12% para 9,1% da produção global.

Consequentemente, a China será responsável por 30% do investimento mundial, com o Brasil, India e Rússia a representarem 13%. Os países em desenvolvimento irão investir principalmente no sector de serviços e infra-estrutura, em grande parte porque o seu rendimento médio per capita aumentará. Entre 2010 e 2030, o investimento em serviços crescerá de 57% para 61%.

“Sabemos por experiência de países tão diversos como a Coreia do Sul, Indonésia, Brasil, Turquia, e África do Sul que o investimento é fulcral para o crescimento a longo prazo. Em menos de uma geração, o investimento global será dominado pelos países em desenvolvimento. E desses países em desenvolvimento, a China e a India serão os maiores investidores, com os dois países responsáveis por 38% do investimento em 2030. Tudo isto mudará a paisagem da economia global,” diz Kaushik Basu, vice presidente do Banco Mundial.

Com o fim da hegemonia americana e europeia, assistir-se-á a um aumento do número de grandes pólos monetários. Deste modo, a economia global e os países em desenvolvimento serão menos afectados pelas políticas monetárias dos EUA e da Europa.