BES quer reduzir 200 trabalhadores após prejuízo de 62 milhões

Banco quer reduzir custos até cem milhões de euros.

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Ricardo Salgado apresentou resultados Rui Gaudêncio

Em face dos resultados, o BES  vai avançar com um plano de redução de custos até cem milhões de euros, a realizar até 2016, que inclui redução de 200 trabalhadores através da não renovação de contratos, reformas antecipadas e saídas negociadas.

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Em face dos resultados, o BES  vai avançar com um plano de redução de custos até cem milhões de euros, a realizar até 2016, que inclui redução de 200 trabalhadores através da não renovação de contratos, reformas antecipadas e saídas negociadas.

No que se refere às contas divulgadas, o produto bancário diminuiu 14,2% e o reforço de provisões aumentou 25,9%.

“A recessão económica, traduzida em decréscimos do PIB em dez trimestres consecutivos, dificultou a geração de receitas pelo aumento das insolvências e do desemprego e agravou os custos com as imparidades, factores que determinaram o apuramento de um prejuízo no trimestre de 62 milhões de euros”, explica o banco liderado por Ricardo Salgado. O rácio Core Tier I situou-se no final dos primeiros três meses do ano em 10,5%, acima dos 10% fixados pelo Banco de Portugal. Segundo os critérios da EBA o rácio Core Tier I é de 9,9% (requisito mínimo: 9%).

Os resultados da actividade internacional foram também afectados “pela desaceleração das operações de exportação/importação que impactaram as operações de créditos documentários nas diferentes plataformas operacionais.” Neste contexto o banco assinala “os efeitos do programa de desalavancagem imposta ao BESA em Angola e a não maturação dos investimentos realizados em Moçambique, Venezuela e Luxemburgo”. 

No comunicado enviado ao mercado, o BES revela que a carteira de crédito, “interrompendo a trajectória de decréscimo que registava desde Junho de 2011, cresceu na base anual 0,6% (mais 283 milhões), suportada pelo crédito a empresas que aumentou no mesmo período 2,1% (mais 761 milhões), tendo aumentado nos primeiros três meses deste ano 868 milhões de euros”. No que respeita à evolução do crédito a particulares este reduziu-se em 3,4% “devido à contracção da procura e ao reembolso do crédito à habitação”.

Em termos de captação de recursos de clientes houve uma subida de 7% (mais 3,8 mil milhões), o que se reflectiu no rácio de transformação que atingiu 129% (valor que há um ano era de 135%). Já o financiamento líquido de aplicações junto do BCE, no final do primeiro trimestre, situava-se em 7,9 mil milhões de euros (12,1 mil milhões em Março de 2012).