Filipa Elvas e Álvaro Leite "voaram" na Maratona da Grande Muralha da China

Portuguesa foi a única mulher a concluir a prova de 45 quilómetros. Álvaro Leite ficou em 4.º lugar.

Foto

A proeza aconteceu na edição deste ano da Maratona da Grande Muralha da China, uma das mais difíceis provas do género, disputada nos arredores de Pequim, num percurso de 45 quilómetros, com 20 mil degraus e rampas muito inclinadas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A proeza aconteceu na edição deste ano da Maratona da Grande Muralha da China, uma das mais difíceis provas do género, disputada nos arredores de Pequim, num percurso de 45 quilómetros, com 20 mil degraus e rampas muito inclinadas.

Correndo com a bandeira de Portugal nas costas, Filipa Elvas, de 37 anos, foi a única mulher a completar a prova. “Nunca fiz uma coisa fisicamente tão violenta como esta!”, contou à agência Lusa em Pequim.

Dos 140 atletas de dezenas de países inscritos, entre os quais 30 mulheres, apenas 15 chegaram ao fim. O outro português, Álvaro Leite, de 41 anos, ficou em 4.º lugar.

Filipa Elvas e Álvaro Leite começaram a preparar-se há quatro meses para a Maratona da Grande Muralha da China, treinando seis vezes por semana, pelo menos uma hora por dia. Para se adaptar aos degraus que iria encontrar, alguns dos quais com mais de meio metro de altura e que era preciso subir com a ajuda das mãos, Filipa treinou-se nas bancadas do Estádio Nacional, no Jamor, arredores de Lisboa.

“Era um sonho e uma aventura. Há dois anos que começámos a falar nisto”, disse Álvaro Leite.

Para Filipa Elvas, trata-se de “uma prova essencialmente mental”. Só “mental”? “A forma física representa 30% do esforço”, concede a atleta.

Álvaro Leite, especialista do triatlo, não parece concordar inteiramente com a sua colega, mas considera que “é preciso uma grande maturidade”. “Neste tipo de provas, chamadas ‘maratonas-aventura’, a maioria dos participantes tem mais de 30 anos”, realça.

Durante a prova de Pequim, ambos perderam dois quilos e, ao longo do percurso, beberam mais de cinco litros de água.

Não vale a pena perguntar se o esforço valeu a pena: “É uma grande satisfação ultrapassar os nossos limites”, diz Álvaro Leite.

Segundo adiantou, em 2014 talvez participem numa outra difícil “maratona-aventura”: a do Tibete, o “tecto do mundo”, cuja capital, Lhasa, fica a mais de 3500 metros de altitude.

A Grande Muralha da China, que começou a ser construída há mais de 2000 anos, serpenteia ao longo de cerca de seis mil quilómetros, desde o mar de Bohai, na costa nordeste da China, até Jiayuguan, no Noroeste do país.

“Dei comigo a voar de braços abertos naquela muralha”, contou Filipa Elvas.