Governo chegou a pedir corte de 70% nas perdas dos swaps tóxicos

Risco de prejuízo ronda agora os 2100 milhões de euros, tendo diminuído 500 milhões com os acordos alcançados.

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Maria Luís Albuquerque Miguel Manso

“Iniciou-se há cerca de dois meses a negociação com os bancos, que passou por propor cancelamentos das operações com desconto sobre valor de mercado. O desconto dependeu da forma como foram classificadas as transacções e varia entre os 70%, nos casos mais simples, e os 7%, nos casos mais graves”, afirmou a governante, numa audição no Parlamento, juntamente com o ministro das Finanças.

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“Iniciou-se há cerca de dois meses a negociação com os bancos, que passou por propor cancelamentos das operações com desconto sobre valor de mercado. O desconto dependeu da forma como foram classificadas as transacções e varia entre os 70%, nos casos mais simples, e os 7%, nos casos mais graves”, afirmou a governante, numa audição no Parlamento, juntamente com o ministro das Finanças.

Aos deputados, Maria Luís Albuquerque avançou ainda que os acordos alcançados até aqui permitiram poupar 170 milhões de euros em juros e reduzir as perdas potenciais em 500 milhões de euros, o que significa que os riscos de prejuízo se situam agora em cerca de 2100 milhões.

Há, neste momento, 42 swaps identificados como tóxicos activos, de um total de 56 repartidos por seis empresas públicas: Metro de Lisboa, STCP, Metro do Porto, Carris, CP e Egrep.

Já foi possível chegar a acordo com três bancos: Barclays, Crédit Suisse e Nomura, sendo que outros três (Deutsche Bank, BNP Paribas e Goldman Sachs) pediram uma extensão do prazo negocial. No que diz respeito ao Santander e ao JP Morgan, o Governo decidiu contestar as operações que comercializaram nos tribunais, sendo que estas duas instituições são responsáveis por perdas potenciais de 1600 milhões de euros.