França atinge recorde de 3,2 milhões de desempregados

Quase 1,9 milhões estão sem trabalho há um ano ou mais. Governo francês prevê que o desemprego comece a baixar na recta final do ano.

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O desemprego aumentou, em Março, mais entre os homens FRED DUFOUR/AFP

Desde Janeiro de 1997 que não havia registo de tantas pessoas ali registadas (população que não exerce qualquer actividade remunerada) num país onde a taxa de desemprego medida pelo Eurostat atingia (em Fevereiro) 10,8% da população activa.

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Desde Janeiro de 1997 que não havia registo de tantas pessoas ali registadas (população que não exerce qualquer actividade remunerada) num país onde a taxa de desemprego medida pelo Eurostat atingia (em Fevereiro) 10,8% da população activa.

Os dados referem-se às pessoas que não exercem qualquer actividade remunerada e que estão à procura de emprego. Se a esse universo se somarem aqueles que têm uma actividade reduzida à procura de um novo emprego, e os que já desistiram de o procurar activamente, o número de inscritos nos centros passa a barreira dos cinco milhões.

Havia em Março mais 11,5% desempregados do que um ano antes. Nesse mês, acorreram aos centros de emprego mais 36900 pessoas – um aumento de 1,2% face a Fevereiro.

Num ano de incerteza sobre a evolução da actividade da segunda maior economia da zona euro (o Governo francês prevê uma estagnação, o FMI aponta para um recuo do PIB de 0,1%), o executivo está a contar com um ligeira retoma na criação de postos de trabalho na segunda metade de 2013 e um recuo na taxa de desemprego no último trimestre.

Os franceses que acreditam que tal vai acontecer este ano são uma minoria – e também poucos os que consideram a meta do Governo atingível. Isso mesmo mostra uma sondagem da BVA divulgada nesta sexta-feira. Só 5% dos inquiridos antevêem que haverá em 2013 um travão na subida do desemprego (e 10% consideram que o objectivo é concretizável).

No plano de estabilidade e reforma que apresentou a 17 de Abril, o Governo falava numa conjuntura degradada, mas a caminho da recuperação. Os últimos dados sobre o desemprego não são, porém, animadores – nem em França, nem na zona euro (em Espanha, por exemplo, o número de desempregados ultrapassou a barreira dos seis milhões).

Número de desempregados jovens aumenta 1,3%
O número de inscritos nos centros de emprego em França está a aumentar há quase dois anos. E na chamada França metropolitana, quase 1,9 milhões de pessoas estão fora do mercado de trabalho há um ano ou mais tempo – são o rosto do que nas estatísticas se designa como desemprego de longa duração; em Março o número de pessoas nesta situação aumentou 1,1% em relação a Fevereiro e 15,1% face ao mesmo mês de 2012.

O total de homens desempregados aumentou 1,3% num mês (12,9% num ano); entre a população feminina desempregada, o aumento foi de 1% entre Fevereiro e Março (e de 10% em relação a Março de 2012).

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou, num mês, 1,3% entre os jovens (a faixa etária até aos 25 anos) e 10,9% num ano. Entre quem tem 50 anos ou mais, o aumento em Março foi igualmente de 1,3% face a Fevereiro e de 17% face a um ano antes.