Consumo de drogas e álcool baixou em 2012

Estudo encomendado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências monitorizou consumos declarados entre a população com idades entre os 15 e os 74 anos.

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Considerando o consumo de qualquer substância ilícita ao longo da vida (experimentação), a prevalência era de 7,8% em 2001, subiu para 12% em 2007 e baixou para os 9,9% em 2012. As excepções a esta descida foram o ecstasy e o LSD, onde os consumos correntes se mantiveram estáveis.

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Considerando o consumo de qualquer substância ilícita ao longo da vida (experimentação), a prevalência era de 7,8% em 2001, subiu para 12% em 2007 e baixou para os 9,9% em 2012. As excepções a esta descida foram o ecstasy e o LSD, onde os consumos correntes se mantiveram estáveis.

A descida mais notória, porém, deu-se no álcool. A prevalência do consumo declarado ao longo de vida situou-se nos 74% — abaixo dos valores registados em 2007 (79,1%) mas igualmente em 2001 (75,6%).

Sintoma da crise?

Se é por causa da crise ou resultado das medidas de prevenção, é algo que o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, não consegue diagnosticar. “Queremos crer que o nosso trabalho preventivo tem contribuído para a diminuição dos consumos, mas não sei em que medida a diminuição do poder de compra dos portugueses terá tido algum peso nesta redução.”

A redução dos consumos contrasta com o verificado nalguns dos países mais fortemente fustigados pela crise, como a Grécia. “Aí os dados apontam para um recrudescimento de problemas, como a sida, mas isso deve-se à retirada abrupta de respostas no terreno, o que em Portugal não aconteceu. Todos vivemos com constrangimentos, mas o Governo teve a sensibilidade de manter dotações orçamentais para esta área que são razoáveis, no contexto em que estamos a viver”, sublinha João Goulão.

Encomendado pelo ex-Instituto da Droga e da Toxicodependência (agora SICAD), o estudo em causa visa monitorizar os consumos de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas entre os portugueses com idades entre os 15 e os 74 anos. Foi feito em 2001, depois em 2007 e também em 2012. Neste último ano, abarcou também a relação dos portugueses com o jogo, a religião e a participação cívica e política, mas, por razões de ordem financeira, a amostra foi substancialmente reduzida: de 15 mil entrevistas em 2001 e 2007 para apenas seis mil em 2012.