Meia centena de farmácias já fecharam em Portugal
Há quem esteja disposto a trespassar estabelecimentos por um euro, denuncia a Associação Nacional de Farmácias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Desde 2005, o preço médio dos medicamentos baixou 25%. Actualmente, as farmácias devem 300 milhões de euros a grossistas e estes também estão com fornecimentos cortados na indústria farmacêutica, sintetiza o vice-presidente da ANF.
“O circuito está todo em ruptura”, diz, frisando que esta situação tem reflexos para os utentes que se “vêem obrigados a ir a duas, três, quatro ou cinco farmácias para encontrarem os medicamentos de que necessitam”.
Para poder contornar esta situação, as farmácias propõem-se agora alargar a sua actividade, procurando novas áreas de serviço e outro tipo de produtos. “Está na altura de parar com este processo, o ministro não pode continuar a enfiar a cabeça na areia”, reclama Paulo Duarte, que considera que o Ministério da Saúde “tem feito pouco” no sentido da “utilização mais racional de alguns medicamentos”, como os antihipertensores e os antidiabéticos mais caros.
“Não é preciso continuar a cortar preços, é preciso sim gerir melhor”, defende. E exemplifica: em Portugal, continuamos a usar alguns medicamentos mais caros, como acontece no caso dos antibiabéticos orais (que representam 25% do total de medicamentos para a diabetes no país, contra apenas 5 a 10% noutros países europeus).