Recessão e taxa de alcoolemia reduzem consumo de vinho em Portugal

Consumo anual per capita passou em 20 anos de 65 para 42 litros de vinho.

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O mercado do vinho português vale mil milhões de euros por ano Luís Ramos
De acordo com uma análise aos dados do consumo de vinho da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa), a contribuir para este recuo estiveram também a “mudança radical no estilo de vida dos portugueses e a própria dieta mediterrânica”.

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De acordo com uma análise aos dados do consumo de vinho da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa), a contribuir para este recuo estiveram também a “mudança radical no estilo de vida dos portugueses e a própria dieta mediterrânica”.

Ainda assim, o presidente da CVR Lisboa, Vasco d’Avillez, nota que tudo aponta, agora, para uma estabilização do consumo. É que, se no início da década de 1990 o consumo em Portugal era de 65 litros por pessoa e, em 2005, esse valor caiu para os 45 litros, nos últimos oito anos o ritmo de diminuição abrandou, tendo-se ficado pelos menos três litros per capita, o que indica que “essa tendência está prestes a estabilizar”.

Do trabalho da CVR Lisboa resulta ainda que os vinhos tintos são os eleitos da população portuguesa e estrangeira e que a tendência é de manutenção destes hábitos de consumo.

Entre os mercados externos do vinho português, destaque para França, Espanha e Itália, que apresentam consumos de vinho per capita “muito semelhantes” a Portugal, tal como hábitos de consumo parecidos.

Apesar do impacto da crise no consumo de vinho em Portugal, Vasco d’Avillez destaca que as exportações excederam as expectativas e atingiram valores recorde, ao ultrapassarem os 700 milhões de euros em 2012, “equilibrando o conjunto e dando força ao mercado do vinho”.

Este valor, somado aos 300 milhões de euros do consumo interno, faz com que o mercado do vinho português valha um total de mil milhões de euros, em linha com as previsões do consultor Michael Porter no seu estudo de 2003 e 2004 sobre o mercado de vinho nacional.