Governo acusado de defender biocombustíveis poluentes

Apesar dos estudos que descredibilizam a utilização de biocombustíveis de primeira geração, o Governo português é acusado pelos ambientalistas de se opôr a uma nova directiva europeia que tenta reduzir o seu uso.

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Portugal é o décimo país com a gasolina mais cara na UE a 27 Paulo Pimenta

Neste momento, de acordo com a directiva das Energias Renováveis, cerca de 10% dos combustíveis usados na frota europeia são biocombustíveis. A nova directiva tenciona mudar este número para 5%. Segundo a Comissão, isto impulsionará o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração – biocombustíveis que são feitos à base de desperdícios ou palha em vez de produtos alimentares como colza ou milho.

De acordo com estudos feitos sobre esta alterantiva aos combustíveis fósseis, os biocombustíveis tradicionais chegam a produzir mais gases com efeitos de estufa do que a gasolina ou o gasóleo. Isto acontece porque os biocombustíveis requerem muita energia para serem produzidos. Para além disso, ao utilizarem culturas alimentares para serem feitos, obrigam a mudanças no uso do solo, o que liberta mais gases nefastos para o ambiente.

Por estas razões, a Comissão tenciona limitar a criação de biocombustíveis tradicionais, dando ênfase à investigação sobre os biocombustíveis de segunda geração.

Contudo, de acordo com um comunicado da Liga Para a Protecção da Natureza, o governo português tem-se oposto à nova directiva – “os ministros da Energia reuniram-se no passado dia 22 de Fevereiro e a posição do Governo Português consistiu na rejeição dos factos científicos e a insistência numa tecnologia que mais emissões de carbono do que os próprios combustíveis fósseis”. Juntamente com o Governo Português, Espanha, Itália e Grécia também rejeitam a posição da Comissão.

Quanto às razões que levaram o Governo a se opor à nova directiva, a Liga Para a Protecção da Natureza explicita, “estes governos que se opõem às restrições aos biocombustíveis utilizam a desculpa do desconhecimento dos estudos e falta de certezas dos mesmos, mas foi a própria Comissão Europeia que avançou com as propostas com base nos estudos que confirmam o carácter destrutivo das práticas que têm produzido os biocombustíveis”.  

Já o ministério defende-se, afirmando que "uma das preocupações de Portugal decorre do facto de os biocombustíveis avançados se encontrarem ainda em fase de demonstração tecnológica e, como tal, longe de atingirem a maturidade comercial necessária para se tornarem competitivos face aos biocombustíveis convencionais".

Notícia actualizada às 16h23 - Inclui a resposta do Ministério

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Neste momento, de acordo com a directiva das Energias Renováveis, cerca de 10% dos combustíveis usados na frota europeia são biocombustíveis. A nova directiva tenciona mudar este número para 5%. Segundo a Comissão, isto impulsionará o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração – biocombustíveis que são feitos à base de desperdícios ou palha em vez de produtos alimentares como colza ou milho.

De acordo com estudos feitos sobre esta alterantiva aos combustíveis fósseis, os biocombustíveis tradicionais chegam a produzir mais gases com efeitos de estufa do que a gasolina ou o gasóleo. Isto acontece porque os biocombustíveis requerem muita energia para serem produzidos. Para além disso, ao utilizarem culturas alimentares para serem feitos, obrigam a mudanças no uso do solo, o que liberta mais gases nefastos para o ambiente.

Por estas razões, a Comissão tenciona limitar a criação de biocombustíveis tradicionais, dando ênfase à investigação sobre os biocombustíveis de segunda geração.

Contudo, de acordo com um comunicado da Liga Para a Protecção da Natureza, o governo português tem-se oposto à nova directiva – “os ministros da Energia reuniram-se no passado dia 22 de Fevereiro e a posição do Governo Português consistiu na rejeição dos factos científicos e a insistência numa tecnologia que mais emissões de carbono do que os próprios combustíveis fósseis”. Juntamente com o Governo Português, Espanha, Itália e Grécia também rejeitam a posição da Comissão.

Quanto às razões que levaram o Governo a se opor à nova directiva, a Liga Para a Protecção da Natureza explicita, “estes governos que se opõem às restrições aos biocombustíveis utilizam a desculpa do desconhecimento dos estudos e falta de certezas dos mesmos, mas foi a própria Comissão Europeia que avançou com as propostas com base nos estudos que confirmam o carácter destrutivo das práticas que têm produzido os biocombustíveis”.  

Já o ministério defende-se, afirmando que "uma das preocupações de Portugal decorre do facto de os biocombustíveis avançados se encontrarem ainda em fase de demonstração tecnológica e, como tal, longe de atingirem a maturidade comercial necessária para se tornarem competitivos face aos biocombustíveis convencionais".

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