Mortalidade nas estradas portuguesas diminuiu 16%

Portugal teve a quarta maior redução do número de mortos na União Europeia, embora ainda esteja entre os países com maior sinistralidade.

Foto
No ano passado, o número de mortos em Portugal foi de 71 por milhão de habitantes Paulo Pimenta

Portugal tinha já registado um decréscimo 7% na evolução do número de mortes, entre 2010 e 2011. No entanto, segundo os dados de 2012, o número de acidentes rodoviários nas estradas portuguesas é o oitavo mais alto entre os países da Europa dos 27.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Portugal tinha já registado um decréscimo 7% na evolução do número de mortes, entre 2010 e 2011. No entanto, segundo os dados de 2012, o número de acidentes rodoviários nas estradas portuguesas é o oitavo mais alto entre os países da Europa dos 27.

A nível geral, o relatório indica que, no ano passado, a mortalidade rodoviária na UE decresceu em 9% – o número mais baixo de vítimas mortais nas estradas europeias, desde que a recolha destes dados começou. Em 2011, verificou-se uma descida de apenas 2% do número de mortes na estrada, em relação a 2010.

Para Siim Kallas, comissário europeu encarregue da pasta dos transportes, “é extremamente encorajador constatar este tipo de resultados”, diz em comunicado da Comissão Europeia. O objectivo é que os Estados-membros consigam, entre 2010 e 2020, reduzir o número de mortes na estrada para metade. Para atingir esta meta, é preciso que se verifique ainda uma redução média de 7%.

Apesar de estes números serem variáveis de país para país, em 2012, os Estados-membros com menor número de vítimas mortais em acidentes de viação foram o Reino Unido (com 28 mortos por milhão de habitantes), a Suécia (com 31), os Países Baixos e a Dinamarca (ambos com 32).

Melhor comportamento nas estradas
O programa de acção europeu para a segurança rodoviária, posto em marcha em 2011, propõe uma melhoria das estruturas rodoviárias e dos veículos, assim como do comportamento dos utentes nas estradas. Também foi delineado um plano de regras de execução transnacional, relativo a infracções ao código da estrada cometidas no estrangeiro, que entrou em vigor em Novembro passado.

Apesar da melhoria nos resultados, o comissário relembra que são ainda 75 as pessoas que morrem diariamente nas estradas europeias e que, por cada morte rodoviária, existem dez feridos graves – que incluem lesões cerebrais e lesões na medula espinal – e 40 feridos ligeiros.

“A mortalidade rodoviária é apenas a ponta do icebergue. (...) Precisamos de uma estratégia para diminuir o número de lesões graves resultantes de acidentes de viação em toda a UE”, continua Siim Kallas.

No sentido de criar uma estratégia para baixar o número de pessoas com lesões graves resultantes de acidentes de viação, a Comissão Europeia lançou, nesta terça-feira, um documento que prevê medidas de estratégia global da UE, das quais fazem parte métodos de recolha de dados comparáveis à escala europeia.

Estima-se que, por ano, na Europa, 250.000 pessoas são vítimas de lesões graves causadas por acidentes rodoviários, das quais as mais comuns são traumatismos cranianos e cerebrais.