Dias Ferreira não é candidato às eleições do Sporting

O advogado justifica decisão por não ter o "conhecimento real da situação económico-financeira" do clube. Pedro Baltazar também não vai a votos.

Foto
Dias Ferreira foi o terceiro mais votado nas eleições de 2011 Miriam Lago

“Apesar do curto prazo para apresentação das candidaturas, consegui reunir vários pressupostos (...) excepto o do conhecimento real e seguro da situação actual e no dia a seguir às eleições – um cenário negro apresentado por aqueles que, ao fim e ao cabo, são os responsáveis da situação a que se chegou”, refere o comunicado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Apesar do curto prazo para apresentação das candidaturas, consegui reunir vários pressupostos (...) excepto o do conhecimento real e seguro da situação actual e no dia a seguir às eleições – um cenário negro apresentado por aqueles que, ao fim e ao cabo, são os responsáveis da situação a que se chegou”, refere o comunicado.

Dias Ferreira, que já foi presidente da assembleia geral e que há dois anos se apresentou a votos nas eleições que ditaram a vitória de Godinho Lopes, considera que “quem concorrer ao acto eleitoral (...) assume a responsabilidade do conhecimento real da situação económico-financeira e das soluções para a enfrentar, não podendo justificar com a surpresa qualquer eventual insucesso”.

O antigo candidato critica a postura do vice-presidente do conselho fiscal e presidente do BES Investimentos, José Maria Ricciardi. “Tal cenário, ou é verdadeiro, e a situação é bem pior do que se podia imaginar; ou é solucionável, destinando-se a pintura negra dos 25, 40 ou até mesmo 60 milhões de euros apenas a afastar os candidatos que não sejam do agrado do BES, designadamente do dr. José Maria Ricciardi”, indica o comunicado, que termina esclarecendo: “Por mim, não quero e não posso assumir essa responsabilidade, e por isso, no próximo dia 21, não apresentarei, nem integrarei qualquer candidatura”.

Quem também não se apresentará a votos é Pedro Baltazar, que no entanto se mostrou “disponível para ajudar, mas fora da corrida eleitoral”, segundo uma carta do ex-candidato divulgada pela rádio TSF. “O cenário é negro, reflecti, aguardei serenamente, mas não entendo ser o momento ideal para liderar um projecto para o nosso clube”, escrevia Baltazar na missiva.

Os órgãos sociais do Sporting demitiram-se em bloco a 7 de Fevereiro, tendo sido marcadas eleições para 23 de Março, após um entendimento entre os presidentes do conselho directivo, Godinho Lopes, do conselho fiscal e disciplinar, João Mello Franco, e da mesa da assembleia geral, Eduardo Barroso.

Até ao momento, estão anunciadas três candidaturas à presidência do Sporting, uma encabeçada por Carlos Severino, outra por Bruno de Carvalho e outra por João Pedro Paiva dos Santos.

Nas últimas eleições do Sporting, realizadas em Março de 2011, a lista liderada por Dias Ferreira foi a terceira mais votada.