Lucros do Santander afundam 59% em 2012

Provisões levam o banco a registar queda de 59% dos lucros em 2012, mas o presidente do Santander diz que 2013 será o ano de recuperação do ritmo.

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Tribunal deu razão ao Santander numa sentença proferida na semana passada

Dos 18,8 mil milhões de euros em provisões que o banco reuniu em 2012, o valor dos juros de mora ascendeu a 12,6 mil milhões, mais 28% do que no mesmo período de 2011. Já o saneamento de risco imobiliário em Espanha foi de 6100 milhões de euros, cumprindo assim na totalidade as exigências aprovadas no ano passado.

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Dos 18,8 mil milhões de euros em provisões que o banco reuniu em 2012, o valor dos juros de mora ascendeu a 12,6 mil milhões, mais 28% do que no mesmo período de 2011. Já o saneamento de risco imobiliário em Espanha foi de 6100 milhões de euros, cumprindo assim na totalidade as exigências aprovadas no ano passado.

Numa nota remetida à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV), o Santander explica que, se não fosse pelas provisões a que a lei espanhola passou a obrigar, o lucro banco teria aumentado 2% em 2012, para os 23,5 mil milhões de euros.

Só em Espanha, o Santander obteve um lucro líquido de 709 milhões de euros, mais 7,4% do que em 2011. Já o Banesto, cuja integração no Santander foi recentemente anunciada, teve lucros de 94 milhões de euros, menos 28,1%.

Para o presidente do Santander, Emílio Botin, os dados de 2012 marcam um ponto de inflexão para a entidade que antecipa este ano uma recuperação forte nos resultados, uma vez que as provisões estão praticamente concluídas.

"Em 2013, uma vez terminados os saneamentos especiais, veremos um forte aumento de resultados, devido às receitas correntes e no controle dos custos", explicou o líder do maior banco espanhol.

O lucro em 2012 ascendeu a 5251 milhões de euros, a que se somam 1065 milhões de mais-valias obtidas principalmente com a venda da unidade da Colômbia e com a renovação da carteira de seguros de vida em Espanha e Portugal.

As operações do Santander na América Latina contribuíram com 50% dos lucros, a principal fonte para o banco de Emílio Botín. Os lucros na Europa continental situaram-se nos 27%. O resto dos lucros do banco partiu do Brasil, que contribuiu com 26%, do México,12%, e do Chile, com 6%.

Quanto à actividade do banco, as receitas do crédito caíram 4% em 2012, para os 720,4 milhões de euros. Já os depósitos no banco cresceram 4%, alcançando agora os 647,5 milhões de euros.